Essa semana eu fiz 30 anos. Para uns pode parecer muito, para outros muito pouco, e para a grande maioria simplesmente não faz a menor diferença, o que provavelmente é exatamente o seu caso. Mas para mim faz. Não como algo cósmico e grandioso, mas como uma oportunidade para refletir e descobrir um pouco mais sobre mim mesma. Ah e antes que esse texto fique com um ar sentimental demais, com vários diálogos internos filosóficos sobre a vida, o universo e tudo o mais, eu vou interromper a mim mesma por aqui e mudar de assunto, assim como mudei de dígito na frente da minha idade – mas não tanto assim.
Durante essa semana eu assisti a alguns documentários que falavam de várias coisas do início dos anos 2000. Logo eu me dei conta de que 2001 passou faz 15 anos! Loucura, não? Você lembra de como era a sua vida em 2001? Eu lembro. 2001 foi um ano importante para mim, por vários motivos, e um em especial. Foi quando eu comecei a olhar para a escrita de um jeito diferente, mas ainda não tinha exatamente uma identidade. Queria escrever, gostava de escrever, mas não sabia como ou o que. Isso durou por vários anos. Mais ou menos uns 13 anos, para ser bem específica.
Aonde eu quero chegar com isso? Pode deixar, eu sempre tenho um ponto. Durante 13 anos eu simplesmente não soube quem eu era como escritora. Comecei vários projetos e não terminei nenhum, pulando de história em história, sempre sabendo que faltava alguma coisa. Eu acreditava que, desde que continuasse escrevendo, em algum momento a história apareceria. Eu sabia que a escrita fazia parte de mim, e eu não desistiria de espalhar minhas palavras, de forma alguma. Eu precisei de mais de uma década para descobrir de que maneira eu tocaria as pessoas com a escrita, mas assim que descobri, soube exatamente o que fazer.
Talvez você esteja em um momento assim hoje: você tem uma paixão, algo com que se identifica profundamente, mas não sabe como fazer para criar algo significativo com isso. Provavelmente existe uma parte de você que pede, implora que você siga nessa direção, mas a sua mente não identifica que caminho é esse. É como se você tivesse o destino, mas o mapa ainda não fosse claro. Se essa é a sua situação, saiba que o seu caminho pode não estar totalmente iluminado, mas ele existe. Muitas vezes a única coisa de que você precisa é andar alguns metros. Escolha uma alternativa que faça sentido nesse primeiro momento e entre em ação. Coloque suas ideias em prática. Comece. Em algum momento você olhará para trás e verá o quanto andou, e o que pareciam apenas perguntas no início terão se transformado em uma grande história.
Gabriela Besen Pedroso – www.gabrielapedroso.com.br