★1º/08/1917
✝17/05/1996
Filho de Rosa (Torres) e de Lucas Correa de Miranda, o nosso sempre lembrado, dr. Miranda, nasceu em nossa capital em 1º de agosto de 1917. Fez o curso primário no Grupo Silveira de Souza, então dirigido por sua mãe, o secundário no Colégio Catarinense, indo depois para o Rio de Janeiro, cursando Medicina pela Faculdade Fluminense, de Niterói, onde se formou em 1943. Dois anos depois, em janeiro de 1945, veio para Laguna, para aqui ficar por um período de apenas seis meses. Encantado com a cidade, acabou ficando, casando-se com dona Emma (Werner), com quem teve os filhos José Augusto (já falecido), Marilda e Rosa Maria e sete netos. Desde os primeiros meses de faculdade, freqüentando enfermarias de crianças, sentiu que a sua vocação era a pediatria e puericultura. Às crianças, aliás, dedicou-se integralmente até a sua morte em 17 de maio de 1996, inicialmente no Posto de Puericultura, onde passaram por suas mãos, em torno de três gerações. Por muitos anos, o dr. Miranda, como era carinhosamente chamado, foi também o pediatra do nosso Hospital e da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Na época, o sul do Estado dispunha de poucos pediatras, fazendo com que muitas mães se deslocassem para Laguna para consultas com o renomado médico, ele que se atualizava sempre, participando de congressos patrocinados pelas Sociedades Brasileira e Catarinense de Pediatria. Foi num desses congressos em Brasília, que ele conheceu e ficou amigo do dr. Sabin, criador da vacina contra a paralisia infantil. Simpático e amigo, sempre atendendo a todos, pobres e ricos, na década de 70, a Câmara Municipal e a cidade, que tinha como prefeito o saudoso Francisco de Assis Soares, concederam-lhe o título de Cidadão Lagunense. Humilde, ele afirmava sempre: “Laguna não me deve nada, eu é quem devo muito à Laguna”, repetia. Importante registrar também que na seara política, certa vez foi convidado pelo então prefeito Pompílio Pereira Bento (outra importante figura que a cidade teve), para concorrer à Prefeitura pelo antigo PSD. Mas declinou do convite, preferindo continuar exercendo o sacerdócio da medicina. Não precisamos dizer que, comunicativo e sempre de bom humor, era querido por todos os lagunenses, independente classe social. Em 1975 foi jubilado pela Sociedade Catarinense de Pediatria, recebendo o título de membro emérito. Antes de falecer, entre outras inúmeras homenagens, foi lembrado novamente pela SCP, que lhe entregou um troféu, onde se lia “Homenagem a quem dedicou parte de sua vida à criança catarinense”.