Estudamos sobre a história da escravidão e compreendemos que ela representa uma prática social na qual um ser humano assume direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, obviamente sob imposição de força. As pessoas eram comercializadas, ou seja, tidas como produtos.
No Brasil, no dia 13 de maio de 1888, a escravidão foi abolida oficialmente pela Lei Áurea, sendo que fomos o último país a abolir a escravidão no continente americano.
Embora saibamos deste desfecho, a pergunta que me inquieta é: a escravidão acabou mas e os escravos?
A prática social pode ter reduzido, embora saibamos que ainda existe sim em nosso país, mas e nós deixamos de nos escravizar?! Eu tenho certeza que não.
Nos tornamos escravos dos nossos egos, dos padrões sociais e agora dos digitais também. Trabalhamos excessivamente para ter, queremos cargos, crescimento e reconhecimento, mas qual preço que pagamos por isso, já calcularam?
A definição de escravo no dicionário é: “que ou quem está submetido à vontade de outrem, a alguma espécie de poder ou a uma força incontrolável.” Você faz tudo o que faz por você ou por outrem, é uma reflexão para saber a quem estamos servindo.
Quando tenho acesso à pesquisas que mostram as doenças psicológicas em função do trabalho tenho consciência que temos sim um bando de pessoas doentes porque não refletem sobre sua própria condição.
E pela ausência de consciência seguem repetido um padrão, por vezes nocivo. E não acredite que existem apenas os escravos laborais, não, não. Há também os escravos emocionais, pessoas que terceirizam seu bem estar em relações tóxicas e dependentes.
E como combater essa tal escravidão atual? Primeiro, tendo consciência sobre o que o escraviza hoje. Segundo, se permitir conhecer-se profundamente a ponto de não flexibilizar valores que sustentem sua saúde física e emocional.
Tendo tempo equilibrado para relações saudáveis, amores, diversão, fé, cultura e laser. Somos sistêmicos e temos necessidade de um pouco de tudo. Toda vez que foca num tudo de pouco você se torna um escravo dos tempos atuais. Pense nisso.
Por Letícia Zanini – Master Coach, Psicóloga e Educadora Comportamental