Gente de nossa terra

Gente de nossa terra – João Rodrigues

Ainda outro dia, neste espaço focalizamos o seu filho, uma de suas maravilhosas “criações”. Hoje, de propósito, fazemos a homenagem a este artista que nasceu em Estreito, Câmara dos Lobos, Funchal, Ilha da Madeira, filho de Matilde (da Conceição Ferreira) e de Albino Rodrigues. Desde os 12 trabalhou em restauração de Igrejas, inicialmente, por três anos raspando altares, tendo como mestre Alfredo Bernes e que reconhecendo sua vocação introduziu-o nos segredos da arte, onde também apareciam Max Hommel, Gouveia, Silvino e João Pimenta, este último, entalhador que deu os ensinamentos de talha ao nosso “português” que, como ele, trabalharam na restauração de várias igrejas da Ilha da Madeira. Rodrigues veio para o Brasil, com 19 anos, começando como pintor de paredes em Santos, aliás pintando a parte externa, colunas e a capela do Santíssimo da igreja de São José do Macuco, na próspera cidade. Na igreja do Carmo, também em Santos, ele restaurou o trabalho de douração do altar-mor, além de outros trabalhos nas igrejas de Santo Antônio do Embaré e da Ordem Terceira do Carmo. Mas fez trabalhos também em São Paulo, na Basílica do Carmo e Igreja de Santo Antonio, no Largo Patriarca e Teatro Municipal, em Botucatu (na Catedral), Mosteiro de São Bento, em Sorocaba. Casado com Anna Maria, teve 4 filhos (Rafael, Albino, Junior e Raquel). Depois de dezesseis anos, veio para Tubarão, onde ficou por 7 anos e dali para Laguna, em 1972, iniciando a restauração da nossa Igreja Matriz de Santo Antonio dos Anjos, em 4 de novembro de 1972. Sempre que conversava com alguém ele dizia “a restauração é o seu caminho para conservar a arte do passado. Cozinheiro de “mão-cheia”, sempre rodeado de amigos, cansou de preparar os mais variados pratos na cozinha do Clube Blondin. Como disse dona Alice Bertoli Arns, o mestre Rodrigues foi um verdadeiro poeta da vida. Faleceu aqui em 23 de fevereiro de 1993. Uma rua no Campo de Fora, leva o seu nome.

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