Tem pernambucano fazendo sua história na terra de Anita. Natural de Recife, Gildo Marinho de Lima decidiu que a aposentadoria da Marinha não seria o fim, mas sim, o começo de uma nova etapa de sua vida profissional: “Assim que passei para reserva senti a necessidade de me ocupar. Sempre tive uma afinidade muito grande com a terra e a plantação. Aprendi ainda na infância, com meu pai, a cultivar milho, alface, cana de açúcar e tantos outros”, recorda o focalizado, que hoje comercializa produtos agroecológicos.
Após passar por grandes centros durante a carreira militar, ao chegar em Laguna, Gildo tinha em mente que gostaria de morar um local tranquilo: “Passei muito tempo em apartamento e buscava um lugar que me oferecesse o silêncio da natureza. Acabei encontrando na comunidade de Barbacena”, explica o esposo de Astrid, que alimentava também um outro desejo: “Mais que um grande terreno para plantar, gostaria de transmitir para as crianças do bairro os ensinamentos que meu pai me passou. Acredito que a infância é a fase em que o que se aprende dificilmente se esquecerá”.
E assim o focalizado buscou formas de executar seu sonho, inicialmente sem sucesso: “Alegavam que precisava de um projeto. Era mais complexo do que imaginava. Guardei meu sonho e segui cuidando da minha horta, que estava cada vez mais fértil”.
A variedade e excesso de de verduras acabou transformando a distração em uma oportunidade de renda: “Certifiquei meus produtos e minha propriedade, fiz vários cursos através da EPAGRI, melhorando a qualidade do solo, fazendo a cobertura dos canteiros através das aparas de gramas, com palhas, aproveitando as podas de árvores triturando, compostando e cobrindo os canteiros para que os mesmos sofram menos com a incidência do sol no solo sem cobertura”, explica.
Dono de uma rotina intensa, o pai de Diane procura organizar ao máximo seus afazeres: “Realizo entrega nas segunda e sextas- feiras pela manhã e recolho balde de 9 clientes com resíduos orgânicos, o que ajuda a fazer a compostagem. Pela manhã trato as galinhas e os outros animais, verifico sempre se tem alguma praga nas plantas, anuncio os produtos que tenho para entrega no grupo do WhatsApp, além de capinar, roçar grama, entre outras atividades”.
Quando questionado sobre a receptividade do lagunense a respeito dos produtos orgânicos, ele avalia: “Os meus clientes eu posso dizer que já se acostumaram a consumir, mas penso que é necessário conscientizar mais a população para compra de alimentos com melhor qualidade e produtos sem agrotóxico”.
Sobre o projeto de levar a plantação aos mais jovens, felizmente, acabou saindo do papel: “Consegui desenvolver a ideia na Escola Nininha Guedes, através da horta escolar. Com a professora, pude mostrar aos alunos
como plantar, cuidar, colher, fazer a preparação dos canteiros, além da importância da cobertura do solo”.
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