O glaucoma é uma doença em que o aumento da pressão dentro do olho está elevada o suficiente para lesar o nervo óptico e consequentemente lesar a visão. Os principais fatores que determinam o nível da pressão intra ocular são a velocidade da produção do humor aquoso e a resistência nos canais de drenagem.
Existem diversos tipos de glaucoma, que são classificados de acordo com as alterações que provocam o desequilíbrio entre o humor aquoso que é produzido e o humor aquoso que é drenado. Este desequilíbrio provoca acúmulo de humor aquoso dentro dos olhos, fazendo com que esta pressão aumentada dificulte a nutrição do nervo óptico impedindo a circulação que o alimenta, levando à destruição progressiva do nervo com consequente destruição da visão. Existe o glaucoma de ângulo aberto onde a perda da visão é lenta (podendo levar poucos anos para acontecer totalmente), indolor e progressiva e existe o glaucoma de ângulo fechado onde a perda da visão é muito rápida (levando poucos dias), extremamente dolorosa e sendo ambas irreversíveis. Existem outras classificações denominadas primárias ou secundárias, dependendo se outros fatores que contribuam para o aumento da pressão dentro dos olhos, levando em conta a idade do paciente no momento do início do glaucoma, podendo ser, inclusive, de nascença (congênito).
Outras causas de glaucoma são certas doenças inflamatórias, como a uveíte e traumatismos oculares onde ocorrem sangramento interno (hifema), provocando aumento da pressão intra ocular. Outra causa importante de glaucoma é o uso indiscriminado de colírios que contenham cortisona na sua fórmula. A cortisona é um excelente medicamento porém somente deveria ser utilizado sob a supervisão de um oftalmologista que verifique a pressão intra ocular durante a sua utilização que deve ser feita por um período determinado. Os colírios que contenham cortisona na sua fórmula jamais devem ser utilizados sem acompanhamento oftalmológico devido aos grandes efeitos colaterais que ocorrem após o uso prolongado e indiscriminado. O diagnóstico do glaucoma pode variar, podendo ser detectado numa simples consulta de rotina com o oftalmologista, porém, em alguns casos necessitam de exames complementares complexos para o seu diagnóstico, como, além da medição da pressão intra ocular, de exames de gonioscopia, paquimetria da córnea, campimetria computadorida, retinografias e tomografia de coerência óptica (OCT).
O tratamento do glaucoma varia segundo a sua classificação. Os colírios antiglaucomatosos são eficazes para o controle da pressão intraocular na maioria dos casos, porém, certos casos de glaucoma, como o congênito ou o glaucoma de ângulo fechado, necessitam de tratamento cirúrgico ou com raios LASER, para obter o controle adequado da pressão intra ocular.
A lesão no nervo óptico provocado pelo glaucoma é irreversível. O objetivo do tratamento é parar com a destruição do nervo óptico e salvar a visão que ainda exista. A cegueira no glaucoma é irreversível.
*Oftalmologista
Deixe seu comentário
Você precisa ser cadastrado para comentar.