Cadê o vermelho do PT? O marketing explica!
Em várias cidades os candidatos estão abandonando o vermelho e a estrela. A psicodinâmica das cores mostra o por quê.
Você já notou que os candidatos do PT não estão mais utilizando o clássico vermelho e a estrelinha branca, que sempre foram os símbolos do partido? Não é só por terras lagunenses e nem é de hoje que isso vem acontecendo.
Na última campanha presidencial de Dilma isso já vinha acontecendo. Se comparado ao governo Lula e suas campanhas é possível notar que o vermelho que era lei, acabou por dar espaço a tons de amarelo e alaranjado. Normal. Isso serve até como uma forma de renovação e para não tornar a cor maçante. É bom usar outros tons, porém, sem descaracterizar a marca. Afinal, o partido também é uma marca. Tem logotipo, cores e fontes características.
No entanto, a mudança drástica pode ser vista nestas eleições. Prefeitos e vereadores abandonaram completamente as cores do partido e, pasmem, alguns usam até tons de azul, comumente associado aos rivais da direita.
Muitos discutem se isso é certo ou errado, se induz a erro ou não. Eu vou deixar está análise para você. Aqui, vou me ater apenas ao caráter publicitário e marketeiro disso. E, neste aspecto, a ideia é ótima. Afinal, as cores dizem tanto quanto qualquer palavra.
Pra iniciar o papo sobre as cores, indico, de antemão, um livro chamado: Psicodinâmica das Cores em Comunicação, de Modesto Farina. Esta é uma obra essencial para quem quer se aprofundar mais nesse assunto.
Pra você ter uma ideia do quanto as cores são importantes, confira estes dados que algumas pesquisas revelaram:
84,7% dos consumidores acreditam que as cores de um produto são muito mais importantes do que outros fatores;
93% das pessoas avaliam as cores de um produto na hora de comprar;
Mais da metade dos consumidores desistem de comprar um produto porque ele não tem sua cor favorita.
Aproximadamente 60% da aprovação ou rejeição de um produto tem a ver com sua cor. O mesmo funciona para um candidato. Afinal, ele também é um produto. Só que, ao invés de vender algo físico, ele é um produto que vende ideias. E você compra ou não essas ideias. E paga com o seu voto. Só espero que seu voto não seja vendido por qualquer litro de gasolina e sim por propostas e a certeza de uma cidade melhor.
Mas, voltando ao PT, essa estratégia é comumente utilizada no meio publicitário: A desassociação. Quando uma marca muda de dono, muda seu conceito, se funde, se separa ou quando passa por um grande problema, a comunicação tem o intuito de desfazer uma imagem ruim que possa ser relacionada a marca. E neste caso a ideia é bem clara. Os candidatos a prefeito do PT estão dizendo: ‘’Eu sou do PT, mas não tenho nada a ver com o que houve de escândalo no partido, impeachment e essas coisas ein. Me inclua fora dessa!’’. E de certa forma não há nada de errado nisso. Afinal, muitos estão em algum partido, mas não concordam nem participam de tudo que ele faz. É quase como se o partido fosse uma empresa e os candidatos os funcionários. Não é porque a empresa está sendo acusada de roubo que todos os funcionários são ladrões.
E mais uma vez, reitero: A questão aqui não é se o PT e seus líderes são ou não culpados dos crimes que são acusados. Tudo que falo aqui se baseia no marketing e no uso das cores. Tire suas próprias conclusões, assim como eu tenho as minhas e não vou expô-las aqui. Não agora. Não ainda.