Você já reparou que nas redes sociais todos expressam livremente suas opiniões? Alguns viram verdadeiros sábios sobre diversos assuntos e pessoas, julgam, dão vereditos e tudo mais.
O caso mais recente que evidencia todo esse comportamento, foi o caso envolvendo o político Bolsonaro, o quê me levou a refletir muito sobre a postura “corajosa” de alguns. Minha dúvida: se estivessem frente a frente com a pessoa, agiriam de tal forma? Provável que não!
É fato que as redes sociais mudaram padrões de comportamento e impactaram em todas as relações, inclusive as pessoais.
Um inquérito realizado junto da American Academy of Matrimonial Lawyers (AAML), revelou que a utilização da rede social Facebook estava envolvida como fator principal em um a cada cinco divórcios nos EUA. As mídias virtuais servem, muitas vezes, como uma espécie de gatilho para as nossas fantasias e comportamentos imaturos, a exposição excessiva é um exemplo disso.
Outra situação que chamou minha atenção foi o caso de um cliente bloqueado nas redes sociais, até aqui nada de novo certo?! O problema é que essa pessoa bloqueada é o cliente e quem o bloqueou foi, ninguém menos que o dono do estabelecimento.
A imaturidade frente à gestão de um negócio se representa também através das redes sociais, não gosto de você, logo não brinco mais contigo ou, nesse caso, lhe bloqueio. Oi?! E o negócio, onde e como fica? Esse é um dado preocupante, e sabem porque isso aconteceu? Porque o dono do negócio, agiu como os corajosos das redes e deixou que sua amídala cerebelar sequestrasse sua capacidade de raciocínio lógico. Então, por um impulso, toma uma decisão, na minha visão, trágica para qualquer negócio.
A imaturidade virtual é consequência de reações emocionais impulsivas, por tal razão, está mais do que na hora das empresas e escolas investirem maciçamente em desenvolver a competência de Inteligência Emocional. Desta forma, as pessoas não irão utilizar as redes sociais como “esconderijos emocionais”, pois ao conhecer suas emoções, utilizarão com mais assertividade a reflexão, a prudência e o autocontrole.
É fato que a maioria de nós passa a maior parte de seu tempo utilizando as mídias sociais, agarrados quase que obsessivamente a estas redes, buscando autoconfiança de onde, talvez, nunca virá. O mundo real, onde há interação de verdade, é muito mais profundo, valioso e interessante. Às vezes, o medo de virar o espelho para si é que nos deixa refém destas novas modalidades de interação, seja com clientes, parceiros e amigos. Manter-se preso ao irreal é fugir de si mesmo.
Por Letícia Zanini – Master Coach, Psicóloga e Educadora Comportamental