Ainda que o tempo tenha passado, as lembranças da infância, quando a mãe, dona Zoê Fernandes de Sousa, leiloava galinha assada de sua própria criação, para ajudar a Escola de Samba Brinca Quem Pode, na confecção de suas fantasias continuam vivas na memória do radialista João de Sousa Junior que não só recorda o quanto já esteve envolvido com as folias de momo, como hoje também “mete a mão na massa”, se dedicando arduamente na construção do desfile das escolas de samba de nossa cidade. Na ativa como radialista, na Rádio Difusora, ele concilia a função com os afazeres da Escola de Samba Mocidade Independente que “Dão”, como é conhecido, dedica parte de seu dia e muitas madrugadas: “É praticamente um ano todo de entrega. São reuniões, promoções e eventos que a escola participa aqui e em outros municípios além do acompanhamento no desenvolver das fantasias e carros no barracão.”, enumera Sousa Junior.
Mas não pense que a tradição do carnaval na família Sousa parou no filho de dona Zoê. Sousa Junior faz questão de envolver toda família na escola de samba: “Todo mundo se dedica. Minha esposa Fátima, meus irmãos, sobrinhos, primos, e até meu filho Gabriel, que é mestre-sala da escola”.
Nas poucas horas que lhe restam de folga, o carnavalesco gosta de estar ao lado da família: “Acredito que não tenha nada melhor do que estar ao lado daqueles que amamos. Por isso quando me sobra um tempo,gosto de estar perto de meus amigos e minha família”.
Questionado sobre quais seriam os mais marcantes carnavais de sua vida, ele recorda com carinho da primeira vez em que desfilou, na Escola de Samba Brinca Quem Pode: “Tinha uns nove anos quando pisei na avenida do samba pela primeira vez. Lembro como se fosse hoje, de minha fantasia como pajem da rainha. Foi inesquecível”, relata Sousa Junior que guarda ainda outras lembranças: “ Passei por vários blocos. Desde o Tupi – guarani na época de infância até o Bloco Pirão D`água , do bairro Progresso, do saudoso Mané Pintado, que não tinha dia, nem hora para terminar.”
Desde 1980 lutando pela Mocidade Independente, escola da qual foi um dos fundadores, ele dá a dica do que considera essencial para a qualificação do carnaval da cidade: “Acredito que o apoio de toda sociedade somado ao poder público poderá transformar o produto Carnaval. Muitos municípios gostariam de ter nossa tradição no samba e acho que devemos aproveitar o legado já existente”, explica.
Atuando como radialista desde 1977, oportunidade a qual começou narrando jogos de futebol, por intermédio do saudoso André Reis, ele não se vê longe dos microfones tão cedo: “Já estou aposentado, mas enquanto tiver saúde e oportunidade de emprego, não deixarei de trabalhar. Vislumbro um futuro como o do saudoso João Vicente, que só deixou a rádio pouco tempo antes de falecer. Estar nesse universo da comunicação é um dos maiores prazeres da minha vida”, finaliza.
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