Um legado que vem passando de geração para geração. Assim se pode definir a história do focalizado desta edição. Por intermédio do pai, o saudoso “seo” Joaquim, Juarez Vieira Domiciano recebeu as primeiras noções da profissão de relojoeiro. A escolha pela atividade, aconteceu quase que de forma intrínseca, uma vez que o lagunense cresceu no estabelecimento da família: “Fui criado neste universo e minha curiosidade foi aguçada gradativamente. Nunca me interessei pelo atendimento ao público, o desejo sempre foi pelas máquinas dos relógios, detectar o problema e conseguir resolvê-lo”, revela. O filho de dona Obrandina, relembra a trajetória do patriarca: “Meu pai aprendeu muito com o “seo” Labes, um senhor que possuía um estabelecimento no centro da cidade. Tempos depois, decidiu que era chegada a hora de montar seu próprio negócio. Foi a partir daí que ele começou sua trajetória e de certa forma estava dando início a minha também”. Na atividade desde os 12 anos, foi em 1986, em parceria com o irmão, Jair, que ele decidiu seguir sua caminhada: “Tinha vontade de abrir meu próprio negócio e segui meu instinto. Não me arrependo. Foi uma decisão acertada”. Desde então, quase 30 anos se passaram: “Somos uma família que virou referência no assunto e que com o tempo não limitou-se apenas no conserto, mas também na venda de jóias”, pontua. Com o advento da tecnologia, ele acredita que a profissão de relojoeiro, tende a se extinguir: “Hoje não existe mais a venda de peças com maquinário, todos utilizam de bateria. Por isso, aposto que este tipo de atividade, venha a perder cada vez mais seu espaço, já que a troca se torna muito mais fácil”. Quando questionado sobre a época de mais trabalho, destaca: “A véspera do Natal aquece as vendas e o verão em si faz a procura pelos consertos dos relógios aumentarem consideravelmente, uma vez que as pessoas tem muito mais contato com a água e por vezes, acabam estragando a peça que é de uso tão habitual”. Com planos de desfrutar de merecida aposentadoria, deixar a administração da relojoaria bem como repassar tudo que sabe ao filho, Vitor, é o foco para o ano que está prestes a começar: “Quero encerrar um ciclo. Chegou a hora de usufruir um pouco mais e viajar, conhecer novos lugares e deixar um pouco de lado aquela responsabilidade de ter horário para tudo. Quero gozar a vida de aposentado esbanjando saúde. Para isso, pretendo que no novo ano, meu filho já esteja aqui, comigo, trabalhando, para se acostumar com o dia a dia e muito em breve, administrar tudo sozinho”.
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