Perfil

Juciane Rebello de Souza

Uma das classes profissionais que mais precisou se reinventar com urgência e dinamismo diante da pandemia, os professores, em grande parte das escolas, estão prestes a viver um novo desafio. Com o retorno das aulas presenciais, ainda que em muitos casos de forma híbrida, isto é, com revezamento de alunos, fato é que o ensino precisará ser visto e aplicado sob um novo olhar.
Integrando o “time” de alfabetizadores da escola Dr. Renato Ramos da Silva, a professora das turmas do 1º ano do Ensino Fundamental, Juciane Rebello de Souza avalia o ano escolar de 2020: “Em 25 anos de magistério, jamais me imaginei passar por algo semelhante. Quando você está trabalhando com séries iniciais, precisa sentir a criança, usar do som e os movimentos da boca para apresentação das sílabas e nada disso foi possível. Foram meses de angústia e desafio”, avalia.
Para o ano letivo que iniciará, a filha de dona Glória e de “seo” Pedro Antônio aposta na necessidade de uma conexão forte entre escola, aluno e família: “Mais do que nunca precisamos estar unidos. A sala de aula e o colégio no todo deixarão de ter aquele perfil de interação. As crianças serão apresentadas a um novo formato e os pais e responsáveis terão de colaborar nessa forma de reconectá-los a aprendizagem”.
Formada em Pedagogia, com especialização em Psicopedagogia, a trajetória de Juci começou aos 17 anos, na escola Gregório Manoel de Bem, em Ribeirão Pequeno: “Já percorri uma longa caminhada. Passei por escolas públicas e particulares, como o Stella Maris, onde fiquei por mais de dez anos e no Comendador Rocha, quando me efetivei após ser aprovada em um concurso público. Hoje leciono séries iniciais na escola Dr. Renato Ramos da Silva”.
O estímulo para ingressar na área veio de casa. Foi na convivência com a rotina de sua mãe, hoje professora aposentada, que o interesse foi crescendo no decorrer dos anos: “Além dela, tenho muitos tios e tias que são professores. Lembro que quando pequena, gostava muito ir com minha mãe para o serviço dela. Vê-la corrigindo os cadernos e provas são cenas que carrego na memória. Muito do que sou hoje, devo ao que ela representa pra mim. Hoje leciono na mesma escola e na mesma sala em que ela encerrou sua carreira. É algo de muito valor pra mim”.
Se o assunto é o quanto a profissão lhe satisfaz, abre o coração: “Acompanhar o processo de aprendizagem, lidar com tantos níveis de aprendizagem e conseguir fazer com que todos aprendam é algo que me emociona. Eu confio e peço a Deus muita saúde para desempenhar minha função. Atualmente trabalho em uma excelente escola pública, com profissionais delicados e com uma boa estrutura, mas é fato que a educação no Brasil precisa de muitas mudanças”.
Nos momentos de lazer, a professora não abre mão de se dedicar a seus hobbies prediletos: “Gosto de ler, passear, viajar, estar entre amigos, na companhia do meu filho, Fábio e dos meus familiares”.

Deixe seu comentário