Lucas Severino de Figueiredo

Ele já serviu ilustres personalidades da política e da mídia, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o craque Rivaldo, os atores Camila Pitanga e Marco Nanini e o apresentador Ratinho. E hoje, figura no quadro de funcionários do restaurante Caiçara, em nossa cidade. Aproveitando para homenagear a classe, que teve seu dia comemorado na última terça-feira (11), a coluna presta uma homenagem aos garçons lagunenses. Com 58 anos de vida, 37 deles dedicados ao serviço, Lucas Severino de Figueiredo, natural do Ribeirão começou a trajetória profissional ainda na adolescência: “Na comunidade em que nasci trabalhei com a pesca e como lavrador. Aos 18 anos, meu irmão mais velho me convidou para trabalhar e morar com ele em São Paulo. Não tinha perspectiva e logo aceitei o convite”. Em terras paulistas o focalizado logo encarou seu primeiro desafio: “Fui servir um show do cantor Benito de Paula. Estava “meio” perdido. Um garoto do interior que não conhecia metade dos produtos e bebidas que me pediam. Foi uma escola e tanto”, recorda. A partir de então, cada nova descoberta e aprendizado foi moldando o profissional: “Com muito trabalho e dedicação, fui abraçando novas funções e acabei chegando ao posto de gerente em um dos restaurantes onde trabalhei”. Casado com Lucineia, com quem tem os filhos Lucas, Letícia e Larissa, após quase 20 anos na cidade grande, decidiu que era chegada a hora de regressar com a família: “Estava vendo meus filhos passando a infância trancadas em um apartamento e não queria isso pra eles. Eu tenho excelentes lembranças e queria proporcionar o mesmo para os meus. Somado ao trânsito que estava ficando cada vez mais complexo, fizemos nossa mudança e voltamos para tranqüilidade que é Laguna”. Com a construção da casa, os cuidados com os filhos, Lucas chegou a se aventurar como proprietário de uma lanchonete, mas tempos depois optou por novamente investir na carreira que tanto o realizou: “Trabalhei por alguns anos com o meu atual patrão no restaurante do Iate Clube. Há cerca de dois anos, quando soube que ele estava a frente do Caiçara, vim fazer um extra e acabei ficando”.  Já aposentado, ele vislumbra “pendurar oficialmente as chuteiras” muito em breve: “Estou ajudando com as despesas da faculdade da minha filha mais nova. Assim que ela estiver formada quero encerrar meu ciclo de trabalho, curtir meus netos, João Lucas e Malu e pescar sem hora para voltar”.