O Perfil dessa edição é doçura pura. Também pudera. Luciana Delfino, nossa focalizada, é responsável pela parte administrativa do Divino Bolo, empresa que confecciona bolos caseiros e que em agosto inaugura sua loja física em nossa cidade.
Vivenciando uma nova etapa em sua vida, a filha de dona Carmem Pereira e de “seo” Antônio Delfino Filho, explica aos leitores sobre seu lado empreendedor: “Essa característica sempre esteve em minhas veias, desde mais nova quando abrí uma loja virtual de vestuário e acessórios, atividade a qual conciliava com minha carreira de propagandista médica na indústria farmacêutica”.
Luciana se dedicou ao ramo durante oito anos: “O que me encantou desde o princípio foi a oportunidade de me comunicar, que é uma das coisas que sei fazer de melhor na vida, até que, após encarar e vencer uma doença associada ao stress e outros fatores, sentí a necessidade de mudar minhas prioridades, que até então eram a do clássico perfil da minha geração: ascensão profissional, carreira, dinheiro e status. Foi aí que decidí pedir demissão de um emprego estável e investir em uma empresa familiar e na minha qualidade de vida. E hoje poder me comunicar com a bagagem que adquirí nas multinacionais que passei e empreender para a minha família é algo que realmente não tem preço”.
A criação do Divino Bolo aconteceu no ano de 2014, pelas mãos da mãe, Carmem: “Após algumas décadas vivendo em São Paulo, onde atuava como cozinheira, ela retornou a cidade e sentiu a necessidade de se dedicar a alguma atividade. Como sempre amou fazer bolos, daqueles mais simples, com sabor de cozinha de avó, surgiu a ideia de montarmos um ateliê de bolos caseiros, pois na cidade não havia nada parecido, somente as padarias ou confeitarias tradicionais. Tratei de estruturar o básico para iniciar e de lá pra cá se passaram três anos”.
Com uma encomenda média de 200 bolos por mês, se fez a necessidade de criar um espaço específico para vendas: “Hoje funcionamos em uma estrutura anexa à nossa casa e temos uma demanda significativa, mas queremos nos aproximar da cidade através de um lugar como referência, levando além das nossas fotos o perfume das nossas fornadas, os nossos bolos à pronta entrega e os nossos sorrisos, claro”.
Com aproximadamente 40 sabores de bolos, entre tradicionais, integrais, diets, sem glúten, sem lactose e recheados, o aperfeiçoamento é a meta principal: “No espaço teremos um café, alguns acompanhamentos, mas nós queremos mesmo que o Divino Bolo seja aquele local que as pessoas lembrem imediatamente quando pensarem em bolo! Seja para ir buscar, pra comer em casa ou para comer uma fatia no nosso espaço”.
Como a vida não é só feita de trabalho, nas horas de folga Luciana se define como uma pessoa caseira e diurna: “Amo praia, dias de sol, mas também não dispenso assistir a um filme em casa. Cinema e comer fora são dois vícios. Também não dispenso estar entre bons amigos. E amo viajar. Aliás, minha motivação na vida é viajar”.
Se o assunto é Laguna, ela abre o coração: “Meu pai é lagunense e toda a minha família é daqui. Vinha visitar meus avós todos os anos nas férias. Minha mãe voltou a morar em Laguna em 2014 e eu voltei agora, 16 anos depois. Já vivi em Santos, grande parte da vida no Guarujá, além de seis anos na capital paulista e em 2016 também morei em Porto Alegre, a trabalho. E não existe hoje outro lugar onde gostaria de estar, que não seja aqui. Na minha opinião, assim como em todo o país, Laguna precisa de uma gestão comprometida com o interesse coletivo. É triste vermos nossa confiança depositada em pessoas que no fim das contas, pensam apenas no benefício próprio. Torço muito para que a gestão atual desenvolva um bom trabalho nesse sentido. Mas é muito importante que cada cidadão saiba que para se exigir, é preciso ser exemplo. A responsabilidade do desenvolvimento não está apenas nas mãos dos nossos governantes. Está principalmente nas mãos de cada cidadão, que com atitudes mínimas, consegue cooperar com o coletivo. Quando uma sociedade age de forma coletiva, os impactos sociais de um governo são menos nocivos, do que uma sociedade refém da atitude alheia”.