Esse é o meu último texto de 2015. E isso me traz uma certa carga de responsabilidade, porque tudo que acaba, que se encerra, traz consigo uma sensação de importância, de nostalgia. E também de expectativa, porque o fim de 2015 carrega o início de 2016 na bagagem… aliás, isso me alivia um pouco. Afinal, mesmo esse sendo o último artigo do ano, semana que vem tem mais. E é sobre isso que eu vou falar hoje, sobre a nossa sensação (ou convenção) de que o tempo é algo feito de ciclos fechados. Hoje eu ainda estou com a coceira dos pernilongos que me morderam dois dias atrás. Eu tenho alergia então estou com várias bolinhas que coçam e me perturbam durante o dia. Provavelmente ainda estarei com essa mesma coceira no dia 1º/01. Ela não vai desaparecer porque o ano acabou. O momento cósmico da passagem da Terra ao redor do Sol não irá afetar diretamente as minhas coceiras. Entendedores entenderão. Nós criamos essa ideia de que o fim do ano traz a oportunidade de recomeçar, como se algo realmente acabasse, como se magicamente, no dia seguinte, uma vida nova se colocasse diante de cada um. Bom, sinto muito informar, mas no dia 1º/01 a sua vida continuará exatamente igual ao que era no dia anterior, a menos que você faça algo a respeito. E 2016 será apenas uma continuação de 2015, que foi uma continuação de 2014… nada de renovar, de reinventar… nada de nascer de novo. E não… você provavelmente não ganhará a Mega da Virada. Sim, chegamos ao fim de mais um ano. E, com ele, uma oportunidade se coloca diante de cada um, mas não é a oportunidade de simplesmente esperar que o ano que vem seja diferente e maravilhoso. É a oportunidade de perceber que 2016 só será aquilo que você espera se você começar o seu movimento de ação hoje, agora. Não no dia 1º. Não depois do carnaval. E definitivamente não será pulando 7 ondas e depois ficar sentado torcendo pelo melhor. Você constrói a sua vida, um dia após o outro. Assim como o movimento da Terra ao redor do Sol. Todos os dias.
Gabriela Besen Pedroso – www.gabrielapedroso.com.br