É público e notório que a terra de Anita está rodeada de personagens que contribuem para a valorização sócio-cultural de nossa história. E falar de Laguna e não falar de “Glorinha” como é carinhosamente chamada, é lembrar que há 36 anos essa artista já levava seu canto aos lagunenses e turistas que tomavam conta da praia do Mar Grosso. Ela nasceu Maria da Glória Barreto, na comunidade pesqueira de Ponta da Barra, numa casa no alto do morro, em 14 de agosto de 1940, filha dos lagunenses, o pescador Braz da Silva Barreto e da funcionária pública Custódia Madalena, ambos, filhos e netos de origem açoriana. Mas a nossa focalizada é daquelas pessoas que têm muito orgulho de aqui ter nascido. Por conta do trabalho de pescador de seu pai, quando pequena mudou-se para o Ribeirão Grande, terra natal deles, e só na adolescência é que, junto com os seus nove irmãos, veio para o Campo de Fora e dali para o Magalhães. Desde pequena teve de trabalhar com seu pai, até para auxiliar no sustento da família, até porque era a filha mais velha. Trabalhou no comércio e, com esforço concluiu seus estudos na hoje Escola de Ensino Médio Almirante Lamego, formando-se no Magistério. Na década de 70, à convite do inesquecível diretor Edio Silva de Oliveira, ingressou no serviço público, atuando no antigo CCL – Colégio Comercial Lagunense, e lá formou um grupo musical (Conjunto do CCL) com seus colegas de trabalho, e que se apresentava nos mais diversos eventos culturais da escola, da cidade e até fora dela, fosse em festas em casas de famílias, fosse em locais públicos, sempre proporcionando alegria e diversão para nossa gente, tornando-se a precursora da música ao vivo na praia do Mar Grosso e mais do que isso, ficando conhecida como a “madrinha do samba”. De voz aguda marcante, até hoje ela interpreta os sambas e boleros mais populares, indo de Noel Rosa e Clara Nunes e passando por todos os segmentos da boa música, isso sem ter frequentado entidade especializada. Mas nós também não podemos esquecer que junto com o seu pai, o velho Braz, durante muitos anos ela interpretou o samba enredo da Escola de Samba Os Bem Amados, aliás tendo conquistado um dos títulos com o tema “Muito além do Arco-Iris”. Casada com o não menos conhecido Sidney Pegorara, com quem teve dois filhos – Denise e Sidney Junior, que lhes deram os netos Guilherme e Ana Clara, hoje aos 74 anos, continua encontrando força para alegrar as platéias, comandando inclusive, o “bloco Barreto” que já virou tradição no baile de carnaval, no Clube 3 de Maio.
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