Maricelia Brito

Pioneira na região quando o assunto é fonoaudiologia, a curitibana Maricelia Brito cresceu vendo os pais utilizarem a voz como meio de sobrevivência. Filha de um locutor de rádio e de uma atriz de teatro, a focalizada achou que não seria mera coincidência a abertura do curso de Fonoaudiologia justo na época de sua inscrição para o vestibular. Apostou no desconhecido, identificou-se com a profissão e hoje considera-se realizada com a atividade que desenvolve. Casada com Rosvaldir Barros, mais conhecido por “Professor Barros”, veio para Laguna recém formada: “Na época, uma amiga minha foi morar em Criciúma, para montar um consultório. Tempos depois abriu outro em Tubarão, mas acabou não dando conta da demanda. Assim que soube disso, vi a possibilidade de trabalho, arrumei minhas malas e embarquei no ônibus”, confidencia a fonoaudióloga, que após algum tempo na cidade azul, começou a sentir falta do frio de Curitiba : “Achava Tubarão muito quente e como já havia comprado uma casa de veraneio em Laguna, optei por conviver com a ventania da terra de Anita”. Atualmente, a profissional organiza sua rotina em três tipos de atendimento: “Tenho meu consultório particular, trabalho na Apae de Laguna e no Hospital de Caridade”. A paranaense acredita que o melhor da atividade é o reconhecimento dos pacientes: “ Recentemente uma costureira veio me trazer uma blusa que ela havia feito especialmente para mim, como forma de agradecimento por tê-la feito retomar a voz. Isso não tem preço”. Mas nem só de alegrias é feita a vida de um profissional que trabalha nesta área: “ Existem pacientes que desistem do tratamento ou “se dão alta”. Isto interrompe o processo e acaba frustando as duas partes envolvidas. Além disso, existem alguns profissionais que desvalorizam a atividade, considerando a fono como algo desnecessário. É impossível avaliar sem conhecimento de causa”. Mãe de Mayara, Filipe e Ryana, ela gosta de soltar a voz. Não apenas na companhia da família, a qual ela classifica como totalmente musical, mas também com sua banda: “ Meus filhos e meu marido tocam instrumentos e eu canto. É uma forma de fazer o que gostamos e ao mesmo tempo estarmos juntos. Paralelamente me dedico a Banda Boca da Noite, mas daí sim de forma profissional”. Apaixonada por Laguna, Maricelia acredita que tenha uma missão na terra de Anita: “ É algo mais forte, que não consigo explicar. Meu sentimento e meu elo será eterno na cidade”, declara-se. Mãe coruja, orgulhosa por ter os filhos encaminhados em suas profissões, agora vive os preparativos para a formatura da filha caçula: “A Ryana é a única lagunista da turma e isso me enche de orgulho. Já estou no clima de expectativa para a grande festa que será feita para família e os amigos. É uma conquista dela, mas que acalenta meu coração de mãe”.