Criar um mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais é a proposta da experiência “Metaverso de Garibaldi”, projeto desenvolvido pelo jornalista Júlio Cancellier, que leva a história de Giuseppe e Anita Garibaldi para este novo espaço que soma realidade virtual, realidade aumentada e internet.
O primeiro conteúdo já lançado no metaverso é um passeio virtual em uma galeria com obras do artista Willy Zumblick. A experiência permite
observar as pinturas e desenhos que retratam a saga de Giuseppe e Anita Garibaldi em Santa Catarina na perspectiva de um avatar.
Para entrar no Metaverso de Garibaldi é preciso ativar uma conta gratuita no aplicativo Spatial e criar um avatar. A experiência pode ser feita em Oculus Meta Quast ou similar, celular ou computador. Quando mais de um usuário estiver on-line é possível conversar entre eles.
Realidade Aumentada
Conteúdo similar está disponível em uma série de painéis que utilizam a Realidade Aumentada. Telas e ilustrações de Zumblick retratam a história de Giuseppe e Anita Garibaldi. Apontando o celular para a imagem é possível acessar vídeos e outros conteúdos.
Outra parte do projeto consiste na produção de vídeos 360 graus sobre a mesma temática. Já foi criado na plataforma de realidade virtual Meta um canal exclusivamente voltado para a difusão deste tipo de conteúdo, bem como disponível no aplicativo YouTube VR.
A experiência consiste em uma storytelling com capítulos diários sobre a história de Anita e Giuseppe Garibaldi, acompanhada de vídeos 360º e painéis que podem ser acompanhada nos smartphones, computadores e óculos de realidade virtual Meta Quest.
Uma mostra do projeto está disponível no link YouTube https://youtube.com/playlist?list=PL7ma6cpC4vxDO4qWFC-nUy2UJcMTmNaeq
Entrevista
Ao jornalista e escritor Paulo Markun, que assina uma coluna semanal no portal UOL juntamente com Pedro Markun, Júlio Cancellier respondeu as seguintes perguntas:
Qual a sua idade e quando se interessou pelas possibilidades do metaverso?
Tenho 56 anos, há pelo menos uma década estudando e criando conteúdos imersivos. Comecei a trabalhar com vídeo esférico com uma Kodak que fazia imagens 180°. Depois conheci a Theta 360º e a Nikon Keymisssion 4K. Recentemente tive acesso ao Oculus Quest 2 e publiquei meus primeiros trabalhos na plataforma.
Essa foi sua primeira experiência?
Com esta tecnologia Metaverso este é o mais recente. Mas antes, há cerca de cinco anos, desenvolvemos uma campanha na UFSC utilizando a Realidade Aumentada. O aplicativo Zappar foi a ferramenta utilizada, justamente quando o Pokemon era lançado.
Esses quadros do Zumblick estão onde na vida real?
A maior parte dos quadros sobre a saga de Giuseppe e Anita Garibaldi estão no Museu Willy Zumblick, localizado no Centro Municipal de Cultura, em Tubarão. Há também pinturas e desenhos que fazem parte de coleções particulares e outros museus.
Por que escolheu essa ferramenta?
É preciso ampliar o acesso das pessoas, sobretudo da juventude, à arte e à cultura. Os museus limitam a experiência à contemplação, sem maiores possibilidades de interação. Com a Realidade Virtual e Aumentada é possível contar histórias e propiciar experiências extraordinárias a distância. Com o Metaverso, é possível entrar num mundo virtual e conhecer a história.
Você pretende colocar legendas para identificar os quadros e as imagens oferecidas no metaverso de Garibaldi?
É possível, mas não é o objetivo principal deste trabalho pois como se trata de uma storytelling, conteúdos extras podem ser acessados em outras plataformas, o que torna a história instigante e participativa. Para uma experiência completa, basta acessar os outros canais onde o trabalho está publicado.
Pensa em incluir réplicas de objetos?
É um desafio, pretendemos chegar a um estágio avançado, criando conteúdos gráficos 3D reproduzindo algumas obras de Willy Zumblick, como as suas esculturas. A possibilidade criativa do Metaverso é infinita.
Que público pretende atingir com a exposição?
Um público indispensável são os alunos. Percebo uma procura muito grande de conteúdos para as escolas como o Colégio Dehon, em Tubarão que recentemente inaugurou uma sala tecnológica própria para experiências em Realidade Virtual e Aumentada.
E sobre o projeto da “novela” sobre Garibaldi?
O projeto storytelling Garibaldi consiste em capítulos publicados diariamente nas redes sociais, contando a história de Giuseppe e Anita Garibaldi. É o fio condutor e argumento de todo projeto que avança para o Metaverso e se transforma também em uma exposição de painéis com Realidade Aumentada.
Quem apoia o projeto?
O projeto “Metaverso de Garibaldi” conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Tubarão, através do Departamento de Cultura, que administra o Museu Willy Zumblick, e da Cooperativa de Eletrificação Rural Anita Garibaldi (Cergal).
Pretende seguir se aventurando no metaverso?
O Metaverso é um caminho cujas portas recém estão se abrindo. Se hoje parece aventura, brevemente será uma realidade. Creio que a forma de consumir entretenimento e informação vai mudar profundamente depois que esta tecnologia se difundir. A produção de conteúdo específico para as plataformas é um grande futuro certamente.