Uma estátua da espécie marinha e que começa a chamar a atenção de quem passa em direção aos Molhes da Barra, será inaugurada às 17h da próxima terça-feira (24). Fabricado em fibra náutica e fixado sobre uma base de concreto, o monumento mede cinco metros de comprimento, bancado com recursos de medida compensatória do Consórcio Ponte de Laguna. Na quarta-feira (18) foi retirado o material que envolvia a estátua para conferir como ficou o trabalho. Declarado patrimônio do município, o boto pratica a pesca cooperativa com os pescadores. Todos os dias, turistas de várias partes visitam o canal da Barra para apreciar o fenômeno. Uma placa com informações sobre o boto estará junto ao monumento. Uma forma de ensinar sobre as características do animal marinho, disse Aline Trichês, da Fundação Lagunense do Meio Ambiente. Em Laguna, uma lei municipal declara os botos como patrimônio natural do município.
Cooperação única no mundo
De acordo com o docente da Udesc Laguna, Fábio Daura Jorge, existem interações com a mesma espécie de botos no Rio Grande do Sul e com outras espécies na Mauritânia África) e no Mianmar (Ásia), mas nenhuma delas se compara à de Santa Catarina. “Pelo número de botos e de pescadores, a interação de Laguna é mais intensa e interessante”, afirma. Os 53 golfinhos do Complexo Lagunar do Sul de SC, que é formado também pelas lagoas de Imaruí e Mirim, vivem separados em dois módulos (grupos) e o menor, com 20 membros, coopera com os pescadores, inclusive com a participação dos filhotes. Segundo Daura Jorge, o comportamento do boto indica o momento de se jogar a tarrafa, o que garante ao pescador mais captura de peixes e sugere benefícios também para os botos. A pesca ocorre o ano inteiro, porém, a interação é maior quando as tainhas aparecem. O professor estima que a cooperação exista, no mínimo, há cem anos, mas faltam registros históricos que informem as datas com precisão. Para preencher essa lacuna, ele criou o projeto de extensão Tarrafa do Saber, no qual dois alunos de Engenharia de Pesca, da UDESC começaram a levantar dados desde março.
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