Aquicultura e Pesca

Na carona do Bacalhau: cultivar é possível?

Esta verdadeira iguaria que caiu no paladar dos brasileiros retorna novamente a nossa coluna, pegando carona com a seguinte pergunta: é possível cultivar o nosso querido bacalhau? Que avanços existem para a criação deste peixe que é uma das espécies mais lembradas pelos consumidores “canarinhos”?
Os avanços na última década têm sido bastante consideráveis. Reprodução, nutrição e larvicultura tem sido as áreas que mais avançaram. As empresas e institutos de pesquisa que se dedicaram ao cultivo da espécie (localizadas principalmente na Europa, com destaque para a Noruega, Islândia e Reino Unido) têm instalações específicas e um alto nível de tecnologia. Já existem dietas e alimentos direcionados para o bacalhau e as espécies podem exceder 2kg em 30 meses de cultivo, com boas taxas de sobrevivência. Existe interesse também em cultivar em tamanho comercial chamado “platesize” ou do tamanho que caberia num prato (aprox.. 400-500g). Embora protocolos de cultivo das larvas já existam, a captura de juvenis da natureza e posterior engorda em tanques-rede ou sistemas indoor, é uma prática bastante comum.
O interesse no cultivo do bacalhau não é de agora. Já foram reportados estudos desta espécie, que é popular em quase todo o mundo, desde a década de 70, com um incremento na década de 80. No entanto, devido a vasta oferta do produto oriundo da pesca extrativista, o interesse no cultivo ainda permanece tímido. Outro ponto que desestimulou o cultivo são os altos custos de produção, principalmente com as rações e produção das larvas. Segundo o pesquisador norueguês Grethe Adoff, do “Norwegian Seafood Export Center”, a barreira do custo de produção parece ser ainda mais importante do que as flutuações futuras de captura e de preço dos espécimes selvagens. Mas ele ressalta: “manter instalações de pesquisa é vital para manter o programas de cultivo da espécie”. A boa notícia: a tecnologia já está disponível apesar dos cultivos em larga escala ainda estarem um pouco distante. Tudo dependerá do homem e da mãe natureza!

Por:
Prof. Dr. Eduardo Guilherme Gentil de Farias, Engenheiro de Pesca
Prof. Dr. Giovanni Lemos de Mello, Engenheiro de Aquicultura
Prof. Dr. Jorge Luiz Rodrigues Filho, Biólogo
Prof. Dr. Maurício Gustavo Coelho Emerenciano, Zootecnista
aquicultura.pesca@gmail.com

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