O Brasil é considerado o país mais ansioso e estressado da América Latina segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Sem contar depressão que atinge 5,8% da população. São dados preocupantes, primeiro pela falta de conhecimento das pessoas, que no geral desdenham de quem é acometido por estas doenças e, segundo porque a maioria das pessoas não imagina o impacto que estas doenças causam no desenvolvimento psicológico, econômico e social das pessoas e famílias que passam pela experiência.
Como Psicóloga eu ouso afirmar que muitas destas situações acontecem por algumas razões e quero compartilhar com vocês minhas percepções (sim, são percepções apenas, sem evidência científica), o primeiro aspecto é que não somos educados desde pequenos a cultivar sensação positivas, aliás nem se fala muito disso nas famílias. Quando um filho chega em casa com uma nota baixa a primeira fala é “você só estuda e nem nota boa tira”….não vejo na maioria das vezes, falas como “como você se sente com seu resultado?”, o que percebemos desde cedo é o incentivo as desculpas e culpas e não ao entendimento e movimento positivo, e claro, isso se reverbera até a fase adulta, no trabalho.
Outro ponto é que mascaramos nossas emoções, não somos transparentes, não falamos sobre o que nos magoa ou o que não gostamos, mas a emoção existe, mas como você e os outros não vêem, seguimos fingindo que não há nada de errado com isso. E fato, não há nada de errado em sentir emoções, o erro é você não as gerenciar até o ponto de chegarem em situações extremas.
O último aspecto de reflexão é o modo como vivemos, somos treinados para ter e não para ser. Estudamos, trabalhamos e vivemos um vida padronizada para atingirmos e comprarmos coisas que muitas vezes nem precisamos, e então, quando as conquistamos nos frustramos porque não atribuímos significado na conquista. Muitas vezes, passamos uma vida para adquirimos coisas que projetaram e desenharam para nós, e isso não tem problema, desde que faça sentido para você. Até o dia em que o desconforto é tão intenso que a doença se instala e então, passa e ser um controlador.
É fato que não existe uma receita de bolo para você seguir, mas as evidências científicas nos trazem algumas construções e sugestões de como conquistar uma vida com mais bem estar e dentre algumas habilidades que podemos desenvolver estão, apreciação, generosidade, resiliência e atenção plena. Para exercitá-las é preciso não se deixar para depois. Até mesmo porque ninguém dá o que não tem, não adianta querer ser um excelente profissional, um empresário de suce$$o, um pai ou mãe excepcional, sem que você primeiro, cuide verdadeiramente de si. Viver de acordo com seus valores e alimentando seu propósito de forma autêntica e genuína, e para isso, não dá para se negligenciar.
Deixar-se para depois significa passar uma vida querendo provar algo para os outros e afinal, o que você está querendo provar? Cuidado, o ego faz destas coisas.
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