Letícia Zanini

Neurociência: o seu cérebro precisa de coaching?

Nas últimas décadas houve grande transformação nas organizações e pessoas. De um lado o aumento da competitividade, produtividade e enorme exigência para alcance de resultados. Do outro, uma disputa de talentos somada à falta de oportunidade devido à situação econômica atual. Os profissionais, sejam líderes ou não, buscam equilibrar a ambição pessoal com a qualidade de vida.
Com base nisso, o coaching surge como ferramenta de abrangência mundial e sua aplicação aumenta a cada dia. Esse processo tem a capacidade de gerar ação, movimento e une necessidades pessoais com o desempenho profissional.
O problema é que com o mercado em ascensão surgem oportunistas e aventureiros que se misturam aos profissionais éticos e sérios. Separar o ‘joio do trigo’ não é tarefa fácil, porém necessária, já que a execução dos métodos de forma equivocada pode causar grandes problemas para pessoas e empresas.
O que é o processo de coaching?
O coaching é um processo de autoconhecimento que tem como objetivo potencializar o desempenho pessoal e profissional de pessoas, equipes e organizações. Objetivos são estabelecidos e há o monitoramento que contribui com a mudança, mensurada através de resultados concretos. É uma ferramenta que age diretamente em nossa mente (pensamentos, emoções e percepções).
A neurociência é o complemento ideal, pois se trata do estudo científico do sistema nervoso, desde a formação ao desenvolvimento e como modifica nossa forma de aprendizagem e gera nossos pensamentos e emoções. A neurociência nos apresenta respostas para perguntas importantes: como mudamos nosso comportamento? De que forma sustentamos as mudanças? Como aprender e não esquecer mais?
Respostas para essas perguntas são estratégicas para cargos de liderança e para todas as pessoas que desejam melhorar seu desempenho. Nosso cérebro é uma máquina de conexões, e a forma como desempenhamos nossas competências forma um conjunto delas, que chamamos de mapas mentais. Qualquer nova informação, ideia ou solução que criamos é automaticamente comparada com as informações que já possuímos.
Essa ação veloz cria um novo mapa mental. E aqui temos a primeira contribuição da neurociência com as técnicas do coaching: o coachee (cliente no processo de coaching) precisa criar novos mapas mentais! Como? As pessoas precisam pensar por si só, portanto nunca diga ao outro o que fazer, mas sim permita a descoberta através de perguntas inteligentes. Devemos permitir que o outro encontre a solução para o seu problema, segundo Timothy Gallewy. “Aprender a aprender, ao contrário de ensiná-la. Você não precisa dar respostas, mas instigá-la a entender quais podem ser suas melhores escolhas”, afirma.
O diálogo dentro do processo de coaching tem um objetivo único: gerar mobilidade, ou seja, permitir que a pessoa faça um movimento consciente que o leve em direção dos objetivos. Neste trajeto, a jornada é mais importante que a chegada. Todos os mapas mentais que criamos ao longo de nossas vidas não são eliminados, é como se todas as informações ficassem em prateleiras, esperando para serem utilizadas, jamais excluídas. O coach tem papel de investigar e estimular a criação de novos comportamentos possibilitando mudança até naquilo que o coachee não gostaria.
Mudar exige mais do que pensar, exige empenho e ação. A sustentação da neurociência nos mostra porque resistimos às mudanças, o processo de coaching contribui para o melhoramento de nosso cérebro. É preciso elevar os padrões, gerar novos pensamentos para que novas emoções tragam novas ações e, como conseqüência, novos resultados!

 

 

Por: Letícia Zanini 

Master Coach, Psicóloga e Diretora da Perfil Dois Coaching e Assessoria. É instrutora do Curso de Formação de líderes Coach Smart e Formação de Coaches by Creative Learning Institute.

Deixe seu comentário