A coluna desta semana irá se distinguir de sobremaneira dos demais recortes jornalísticos que embalam esta sessão. Inspirados nas comemorações natalinas, nesta oportunidade faremos um breve prospecto acerca do significado simbólico do peixe na tradição cristã. O peixe, importante vedete das ciências pesqueiras foi, por muito tempo um sinal de identificação entre os cristãos primitivos. Nos acompanhem nesta brevíssima viagem ao passado. Desde a antiguidade os homens adotam simbologias como forma de expressar o orgulho e/ou a afirmação de identidade de um grupo. No cristianismo, o arcabouço simbólico é vasto, com lugar de destaque para os crucifixos. Contudo, desfrutando de um recente ressurgimento em popularidade, o símbolo do peixe que servia para identificar cristãos nos séculos I, II, III e parte do IV, têm sido novamente adotado por diferentes movimentos religiosos da atualidade. Os primeiros cristãos usavam o símbolo do peixe, desenhado com dois arcos que se cruzam, para descobrir se algum desconhecido também era um seguidor dos ensinamentos de Jesus. Usualmente, aceita-se que a palavra peixe na tradição cristã trata-se de um acrônimo (acrônimo é um agrupamento das letras iniciais de alguma palavra, onde se formula uma abreviação pronunciável). Neste ponto, a palavra peixe (em grego ΙΧΘΥΣ, ichthys) teria como significado “Iēsous Christos Theou Yios Sōtēr”, que significa “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”. Alguns vestígios do uso do símbolo do peixe entre os cristãos primitivos, ainda se encontram em Roma. Atualmente, este símbolo primitivo pode ser visto sob a forma de adesivos cintilantes colados aos parachoques e porta-malas dos automóveis. Também é possível encontrar o símbolo do peixe no formato de jóias e adereços ornamentais. Este fato mostra o quão interessante é a nossa história. Afinal, se nos primeiros séculos do Cristianismo um dado símbolo visava conectar “almas afins” evitando a perseguição, hoje o mesmo símbolo serve como uma declaração pró-ativa da fé cristã. Viva a liberdade de expressão! Nesta semana, os seguidores do cristianismo estão em festa. Afinal, no dia de 25 de dezembro celebra-se o nascimento de Jesus Cristo, conforme estipulado pela Igreja Católica no ano de 350 através do Papa Júlio I, sendo mais tarde oficializado como feriado. É interessante destacar que a Bíblia não diz nada sobre o dia exato em que Jesus nasceu e por isso a comemoração do Natal não fazia parte das primeiras tradições cristãs. O verdadeiro valor desta data especial não encontra refúgio na história cronológica, mas na reverência à sublime mensagem que Jesus Cristo proferiu entre os homens. Segundo Matheus 24:35, Jesus disse: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. De fato, os 2015 anos de Cristianismo provam que esta afirmativa é válida. FELIZ NATAL!
Por:
Prof. Dr. Eduardo Guilherme Gentil de Farias, Engenheiro de Pesca
Prof. Dr. Giovanni Lemos de Mello, Engenheiro de Aquicultura
Prof. Dr. Jorge Luiz Rodrigues Filho, Biólogo
Prof. Dr. Maurício Gustavo Coelho Emerenciano, Zootecnista
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