O que as pessoas querem, de verdade? Eu tenho feito para mim mesma essa pergunta nos últimos tempos e, sinceramente, não cheguei a uma conclusão válida. Em um nível básico e profundo, estudando sobre o assunto, passamos a entender que o ser humano (na verdade qualquer ser vivo) busca fugir da dor e quer sentir prazer. Simples assim. Nada muito filosófico ou iluminado. Fugir do que dói. Continuar com o que é bom. E esse desejo, no final das contas, é o que governa todo o nosso comportamento, por mais que queiramos racionalizar sobre isso.
Ok. Esse aspecto está claro para mim. Mas que dor é essa? Existe uma dor que seja dor para todo mundo? E prazer? O que me deixa feliz pode não causar o mesmo efeito em você. Isso me lembra muito de um conceito da física que é o estado de movimento. Algo pode estar parado e em movimento ao mesmo tempo, dependendo do referencial. Por exemplo: um carro em cima de uma cegonha (aquele caminhão que leva carros) está parado para quem está dentro da cegonha. Porém, se eu vejo esse carro, em cima da cegonha, passando por mim na estrada, então ele está em movimento. O referencial mudou e, assim, a percepção mudou.
E então voltamos para dor e prazer. A intensidade e, até mesmo, a percepção de algo como doloroso ou prazeroso, vai depender totalmente do referencial. Faz sentido? Nós vemos isso o tempo inteiro. Talvez você tenha pavor da ideia de fazer um discurso na frente de uma plateia (mesmo que sejam 5 pessoas). Talvez seja exatamente o contrário e o seu sangue ferva de empolgação só de pensar no assunto. Eu tenho medo de roda gigante.. só de pensar em andar em uma eu já fico tensa, angustiada. Provavelmente você não tem esse medo. Isso me faz pensar no quanto somos simples e complexos na mesma medida. Dor e prazer: simples. Mas o que é dor? O que é prazer? Super complexo.
Eu não sei muito bem como você vai aproveitar esse artigo. Ele é mais uma reflexão minha do que algo que eu vou resolver ou concluir nesse último parágrafo. Talvez tudo isso sirva para que eu concentre os meus esforços em não julgar as pessoas, mas sim em tentar entendê-las, cada uma com as suas dores e suas fontes de prazer. Cada uma percebendo o mundo e sendo percebida de uma forma. Nem todas iguais e nem todas diferentes. Sei lá… o que eu quero mesmo agora é uma xícara de café.
Gabriela Besen Pedroso – www.gabrielapedroso.com.br