Devoto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, o lagunense Orlando de Bem Batista considera-se um homem de fé. Motivação e crença que o fizeram, aos 18 anos, largar a roça em Ribeirão Grande e apostar uma nova vida em São Paulo. Depois de muitas aventuras, desafios e aprendizado na maior cidade da América Latina, ele regressou a terra natal, onde hoje vive e revive as experiências adquiridas no decorrer daqueles anos. Proprietário da Lanchonete Centrão, conhecida pela qualidade e paladar de seus salgados (com destaque para o famoso camarão recheado) e lanches, o filho de “seo” João Apolinário e de dona Rosa tomou a iniciativa de mudar de cidade, seguindo o exemplo de outros conterrâneos: “Naquela época era comum as pessoas irem para grandes centros adquirirem experiência e depois retornarem para investir em Laguna. Comigo não foi diferente e assim que possível me joguei para São Paulo. Lá trabalhei como garçom na Rubayat Churrascaria, nas boates Tamatite e Hipopótamos e na Viva Maria, casa de música ao vivo.” Com o regresso a terra de Anita, depois de quase 10 anos, Orlando comprou sua primeira lanchonete: “Apostei tudo que tinha. Minhas economias, meu conhecimento, minha disposição e todo meu tempo vago.” Com o passar dos anos, surgiu a oportunidade de comprar outra lanchonete, a qual hoje administra: “ São 21 anos de Centrão. Sem férias, sem folga e com direito de apenas trabalhar muito e atender a todos com o sorriso no rosto”. Tendo como parceira a esposa, Ana Maria, o comerciante revela o segredo de seu lanche, e os mais pedidos pelos lagunenses: “O segredo é nossa maionese caseira, que dá um sabor único. Os prediletos dos que frequentam a casa, são o X da Casa e o X Galinha”. Com 35 anos de profissão, ele pretende descansar mais, mas descarta a hipótese de “pendurar as chuteiras” definitivamente: “Sou dono de uma rotina que inicia às 7 da manhã e só para às 20 horas. Não tenho almoço e nem fim de semana, mas admito que gosto do que faço e não me vejo longe desse ritmo. Talvez aumente o quadro de funcionários para não ter a responsabilidade de uma carga horária tão pesada”. Atendendo cerca de 200 clientes por dia, o focalizado acredita que para seguir carreira e fazer história na área, são precisos algumas peculiaridades: “Atender bem, ter vontade de trabalhar e paciência, afinal se lida com todo o tipo de público”. Nas horas de folga Orlando procura estar na companhia da esposa, e das filhas, Cristina e Lilian: “Minhas filhas são meu orgulho. Fico muito feliz em vê-las encaminhadas, tocando suas vidas”.
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