★27/06/1922
✝02/12/1977
Paulo Tiburcio dos Reis, nascido ali no Morro do Rosário, filho mais novo de dona Emilia Venina e de Luiz Tiburcio dos Reis. Desde tenra idade, levado pelo sangue musical da família, toda de músicos, a começar pelo seu pai e os irmãos Manoel, Antenor e Antônio, conhecido Cacique (já igualmente falecidos), passou a frequentar a União dos Artistas, onde aprendeu a tocar piston, instrumento que o acompanhou por toda a vida. Na adolescência freqüentou as sociedades Cruz e Sousa e União Operária, mas foi nos outros clubes da cidade, como 3 de Maio, Congresso Lagunense, Anita, Blondin e Atlântico que construiu a fama de excelente pistonista e baterista, instrumento que também dominava, como músico dos Conjuntos Melódico Ravena, Catarinense, Kasbah e Capri. Nestas orquestras percorreu Santa Catarina e partes do Rio Grande do Sul e Paraná, sempre elevando o bom nome de Laguna no cenário musical do Sul do país. Paulinho, na juventude, por um bom tempo jogou pelo Barriga Verde e ali viu nascer o bi-campeão mundial Mengálvio Figueiró. Ao chegar a idade de servir a Pátria, foi para Blumenau, alistando-se no 14º Batalhão de Caçadores, onde chegou a Cabo, na função de “corneteiro”. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, seu nome aparecia entre os convocados para seguir para o “front” na Europa em chamas. A esta altura, noivo em Laguna, pediu para ser dispensado e lhe informaram que seria impossível por só haver um corneteiro no quartel, mas se conseguisse ensinar algum soldado a tocar o instrumento, até o embarque das tropas, seria dispensado. E Paulinho conseguiu, pedindo baixa logo em seguida, mesmo contra a vontade de seus superiores. De volta à Laguna, casou-se com dona Adelina, que lhe deu 12 filhos, indo residir na conhecida rua do Valo (na verdade rua João Henrique), no Magalhães. E logo passou a trabalhar como motorista de “praça” (taxi), num veículo Ford, de propriedade de Atalibio Azevedo, a quem convidou para batizar um dos filhos, André. Na busca por melhores dias, ainda trabalhou no Porto, onde ficou por pouco tempo e até saiu para trabalhar na Prefeitura, como motorista, onde aposentou-se após quatro décadas de serviços prestados à população lagunense. Antes já havia transferido residência para rua Comandante Moreira, na Roseta, onde viveu até o fim de seus dias. Paulinho também foi motorista na Câmara de Vereadores, quando tinha que conduzir vereadores residentes em Pescaria Brava e Ribeirão Pequeno. Em seu histórico, consta também que fundou o time de futebol amador que se chamou Prefeitura e formado, na sua maioria, por funcionários do município, a quem procurava dar um mínimo de diversão nos finais de semana, inclusive transportando-os em caminhão cedido pelo prefeito da época, além de cuidar dos uniformes, lavando-os e passando-os e mais do que isso, “escalando” a equipe, logo sendo o seu técnico. Mas o grande legado de Paulinho Baeta para todos nós que o conhecemos, foi a fundação da Academia Carnavalesca Esportiva e Recreativa Escola de Samba Brinca Quem Pode, em 17 de fevereiro de 1947, verdadeira instituição da terra de Anita e tendo ele à frente, com seu piston, entoando “Eu sou do Brinca Quem Pode, pois ele mesmo é o tal, no samba, frevo e marcha, nas coisas de carnaval”. A cidade o homenageou dando o seu nome à praça, em frente a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora. Faleceu em 2 de dezembro de 1977.