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Prêmio Dakir Polidoro homenageia profissionais da imprensa

O evento fechou os festejos dos 187 anos da imprensa catarinense e os 86 anos de fundação da Associação Catarinense de Imprensa – Casa do Jornalista. O Prêmio Dakir Polidoro de Imprensa foi instituído pela Câmara Municipal de Florianópolis em 2004, por indicação da ACI, é uma homenagem aos profissionais que se destacaram nas diversas áreas da mídia na Capital. São escolhidos profissionais proeminentes nas categorias Repórter Fotográfico, Repórter Cinematográfico, Jornal, Televisão e Rádio.

As indicações ao Prêmio são feitas pela ACI com seis indicados em cada categoria. A Câmara Municipal de Florianópolis define os vencedores.

Homenageados

Profissional de Rádio: Clayton Ramos – Rádio Guarujá; Profissional de TV: Rodrigo Cardozo – RIC/SC; Profissional de Jornal: Upiara Bosch – NSC e Repórter-Cinematográfico: Nelson Moraes – RIC/SC; Repórter-Fotográfico: Caio Cezar

Homenagem especial:

Lélia Nunes, Nilton César Viegas e Eraldo Monteiro.

Dakir Polidoro

Dakir Polidoro, que durante mais de três décadas comandou o programa “A Hora do Despertador”, um campeão de audiência que costumava acordar a capital, conquistando tanta popularidade que acabou assumindo a cadeira de Vereador e Presidente da Câmara por duas vezes, cargo que o levou a Prefeito interino de Florianópolis, substituindo Osvaldo Machado.

Durante quase 35 anos, a então pacata Florianópolis acordava às seis horas da manhã: “Tá na hora, vamos levantar, tá na hora…” Era assim, ao cantar do galo, que ele iniciava o seu bem sucedido programa nas ondas médias e curtas da ex-toda poderosa rádio Diário da Manhã. Com sinos e buzinas estridentes, a hora certa a cada cinco minutos, ele desfilava um bem temperado repertório de atrações com cheiro de “café aparadinho”, que lhe valeu o invejável título de campeão absoluto de audiência em Santa Catarina. Espirituoso, costumava formar frases de efeito: “O vento sul de hoje está desmoralizado, antigamente ele soprava durante dez dias seguidos”.

Dakir costumava se reportar com emoção sobre a cidade antiga, das casas geminadas do Beco do Segredo (rua Bento Gonçalves), das ruas empoeiradas e dos bares da cidade, dos quais foi frequentador enquanto a sua saúde permitiu. Enaltecia, com uma ponta de orgulho, seus 35 anos de rádio, bem como o início de sua carreira, inaugurando o Cine Ritz, em 1943, trabalhando como operador de cinema.

E foi no Cine Ritz o primeiro contato com o microfone, onde fazia locução de cabine, anunciando a programação da semana. Acabou caindo nas graças dos Daux e ganhou um programa de auditório, o “Matinada”, criado por ele, aos domingos, às 10 horas, com a participação de Zé Catau, um festejado personagem de Waldir Brazil.

Fez sua estréia no rádio nos microfones da Guarujá, onde ganhou experiência suficiente para ingressar na Difusora de Laguna.

Em 1956 retornou à Florianópolis com o “passe comprado” pela Diário da Manhã, onde instalou-se definitivamente com a “A Hora do Despertador”, que começara em Laguna. Um programa de variedades, acima de tudo informativo, barulhento em função das tralhas que o comunicador manuseava. A Hora da Prece, com os padres Bianchini, Cardoso, Pedro Koeller, Pedro Martendal e Frederico Hobolt; a Banda na Hora, com os dobrados da banda da PM, muito samba, esporte, anúncios de nascimento e falecimento e direto da feira-livre, às quartas-feiras, o Quintanilha, um repórter inventado por ele, informava por telefone o preço de todos os produtos e os peixes que chegavam fresquinhos ao Mercado Público. A popularidade do programa deu a Dakir Polidoro um grande prestígio na cidade. Conhecendo a cidade como a palma da mão, pitadas de folclorismo fizeram parte da vida de Dakir, que faleceu em 23 de janeiro de 2002.

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