Uma castanha-do-brasil por dia pode manter idosos longe do mal de Alzheimer. O maior consumo de selênio – presente em altas concentrações na oleaginosa e deficitário na maioria dos participantes da pesquisa – foi capaz de melhorar o desempenho dos idosos em testes cognitivos. A descoberta da pesquisadora lagunense Bárbara Rita Cardoso, da Universidade de São Paulo (USP), lhe rendeu o 1º lugar na categoria mestre e doutor na 18º Prêmio Jovem Cientista, cujo tema do ano foi segurança alimentar e nutricional. Os vencedores da premiação foram divulgados na manhã do último dia 21 na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília. O prêmio também reconhece pesquisadores de ensino superior e médio. Com a vitória, Bárbara ganha R$ 35 mil. A doutora em nutrição experimental participou da cerimônia via internet. No momento, ela está na Austrália para continuar seus estudos no Centro de Pesquisa Neurológica da Universidade de Melbourne. “O prêmio é de grande valia e vai me dar mais força para continuar na pesquisa. Com o estudo, descobrimos que a recuperação da deficiência desse mineral é capaz de produzir melhoras importantes em testes cognitivos entre idosos que não tinham mal de Alzheimer. Acredito que encontrar um benefício como esse pelo simples consumo de um alimento aproxima a população da ciência”, disse. Além de prêmios em dinheiro, os vencedores recebem bolsas de estudo do CNPq, e os primeiros colocados de cada categoria participarão da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que será realizada em julho na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo. Iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da Fundação Roberto Marinho, em parceria com a Gerdau e a BG Brasil, a 28ª edição do Prêmio Jovem Cientista, com o tema “segurança alimentar e nutricional”, anunciou semana passada os vencedores, com as doze pessoas (entre as quais, a lagunense Bárbara Rita Cardoso) e instituições recebendo um total de R$ 800 mil em prêmios, cuja cerimônia de entrega acontecerá agora em junho, pela presidente da República Dilma Rousseff, com a presença dos ganhadores, como Bárbara, seus orientadores, e de autoridades governamentais da área da Ciência, Tecnologia e Inovação e da comunidade científica e tecnológica. Além da lagunense, que receberá R$ 35 mil como prêmio, outros dois catarinenses foram contemplados: Bruna Maran e Deloan Mattos Perini e a UFSC, como instituição.
Bárbara Rita Cardoso
A primeira colocada na categoria mestre e doutor, lagunense da Universidade de São Paulo (USP), está na Espanha, mas participou da cerimônia por videoconferência. Representando a USP, Bárbara teve como orientadora, a professora Silvia Maria Franciscato Cozzolino e título da pesquisa: Efeitos do consumo de castanha-do-brasil (Bertholetia excelsa H.B.K) sobre a cognição e o estresse oxidativo em pacientes com comprometimento cognitivo leve e a relação com variações em genes de selenoproteínas. Filha de Raquel (Rita) e de Henio Marcelino Cardoso ela fez os estudos iniciais no Colégio Stella Maris, graduando-se em Nutrição, pela Universidade Federal de Santa Catarina. Para o presidente do CNPq, Hernán Cháimovich, a segurança alimentar e nutricional, tema da edição atual do prêmio, é abrangente e perpassa os direitos mais básicos das pessoas. Ele destaca que os projetos de pesquisa, ao se debruçarem sobre o assunto, contribuem na busca do bem-estar da população para uma vida produtiva. – Todos os brasileiros têm direito ao alimento que seja suficiente para uma vida salutar e que seja seguro. Nós não podemos ter mais brasileiros que não sabem se e quando terão acesso a alimento – afirmou Hernán. A premiação, criada em 1981, é uma iniciativa do CNPq, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, além de patrocínio da Gerdau e da BG Brasil.