“Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou, com uma carta na mão…”. Os versos de Isaurinha Garcia, na música Mensagem estão um tanto desatualizados em meio as facilidades oferecidas pelos whatsapp´s e instagram´s da vida, mas tenha a certeza, que tanto as correspondências, quanto os profissionais responsáveis pela entrega de cada uma delas resistem bravamente a estes “vilões” do mundo moderno. Prova viva desta máxima, Alexandre Espíndola Medeiros, carteiro há 17 anos, começou nos Correios tendo o vizinho de porta como inspiração: “Ele já trabalhava na instituição e me avisou que teria um concurso. Fiz de forma despretensiosa e fiquei surpreso quando vi meu nome na lista de aprovados”. Casado com Daiana, com quem tem os filhos Marcos e Gabriel, carrega nas canelas as marcas da profissão. Dois cachorros, em situações distintas, fizeram questão de reforçar a ideia de que os bichinhos de quatro patas não simpatizam com os homens de uniforme azul e amarelo: “Foi puro azar. Toquei a campainha da casa e em questão de instantes ele já estava abocanhando minha perna”. O resultado? Injeção e muito repouso. Recuperado dos sustos que tomou, o lagunense se considera feliz na área e garante que é preciso muita disposição para quem tem interesse em seguir na atividade: “Não existe a história de dias tranquilos. Se estiver chovendo, fico fazendo a parte administrativa, separando as encomendas e embarco de moto na entrega de Sedex”, explica. Filho de “seo” Arnoldo e dona Adair, Alexandre chegou a trabalhar nas cidades vizinhas: “Prestei serviço em Tubarão e Criciúma por um tempo, mas como Laguna não há. Não troco esta terrinha por nada”, revela. É o contato com o público e um dia a dia agitado os fatores que mais o agradam: “Não me vejo trancado em uma sala, sem conviver com outras pessoas. Como carteiro, tenho a chance de conhecer gente nova a todo momento, fazer amigos e levar novidades para casa todos os dias”. Responsável pelo distrito do bairro Mar Grosso, pontua a falta de numeração das casas como um dos maiores desafios dos carteiros: “Na área a qual trabalho não existe tanto este problema, mas em alguns bairros é desgastante. São construções sem número, algumas duplicadas, outras sem ninguém no local. É praticamente um serviço de detetive”. Nas horas de folga, é sentado em seu banquinho, de vista pro mar, acompanhado de sua vara de pescar, que busca repor as energias: “Pesca é terapia. Sou privilegiado em morar em uma cidade de mar e tenho que aproveitar tudo que ela pode me oferecer”. Como muitos costumam dizer que o ano só inicia depois do Carnaval, e cá estamos, Alexandre já faz planos sobre o que quer para 2014: “Quero arrumar algumas coisas na minha casa e se der, trocar o meu carro”.
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