É entre o calor dos fogões, o barulho das panelas, frutos do mar fresquinhos e os mais diversos temperos que a focalizada desta edição passa grande parte dos seus dias. Estamos falando de Edna David Luz, chefe de cozinha do Geraldo Restaurante, um dos espaços gastronômicos mais tradicionais da cidade que caiu no gosto não apenas de laguneses, mas de clientes de toda região. O segredo para tanto sucesso? Edna garante estar na essência dos pratos, que apesar de ganharem mais elaboração no decorrer dos anos, não perderam seu ingrediente principal: a simplicidade. Os 19 anos dedicados a educação foram deixados para trás após o chamado do saudoso sogro, “seo” Geraldo: “Ele montou um barzinho direcionado para os surfistas e os turistas que vinham desbravar a Ponta da Barra. Na época, minha sogra já fazia alguns petiscos e precisava de ajuda. Logo me dispus a auxiliar e o decorrer do tempo só me fez ter cada vez mais empatia com a cozinha”, explica. Casada com Vilmar há 33 anos, com quem tem os filhos Roberto, Victor e Pedro, este último atual administrador do restaurante, Edna orgulha-se em fazer parte da tradição da família: “Nunca idealizei trabalhar nesta área, mas carrego a sensação de dever cumprido. Onde “seo” Geraldo estiver, sei que ele deve estar muito feliz, em ver seu neto dando continuidade a um sonho que um dia foi dele”. Com uma rotina intensa, que na alta temporada inicia às sete horas e só se encerra na madrugada, a chef vivencia cada etapa da preparação dos pratos: “Tenho uma equipe de 10 profissionais, mas gosto de cuidar minuciosamente de cada detalhe. Me considero até chata demais. Se um fruto do mar não está fresco do jeito que gosto, descarto, mas jamais chegará a mesa do meu cliente.”, pontua. Avó coruja de Arthur, é ao netinho que ela procura dedicar o tempo de folga: “Minha diversão é curtir meu neto. Faço o caminho inverso da maior parte das pessoas. O início da semana é o começo da minha folga, oportunidade que aproveito para estar mais perto da família e passar longe da cozinha”, brinca. Quando questionada sobre a caminhada de vida realizada até o momento, confidencia: “Acho que as novas gerações são mais acomodadas. No meu tempo, comecei a trabalhar aos 13 anos e recordo de ter feito muitos trajetos a pé, pois na localidade ainda não havia ônibus. Hoje vejo que cada gota do meu suor valeu a pena. Creio que a vida seja feita de desafios e nos cabe a chance de encararmos cada um deles de frente”. Para o futuro, Edna não faz tantos planos: “Vivo um dia de cada vez. Criei meus filhos, ajudei muitos colaboradores do restaurante, os auxiliando na transformação de meninos para profissionais realizados, responsáveis e pais de família. Vou tocando a vida e agradecendo a Deus por tudo que conquistei”.
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