Seria na Itália, berço de seus antepassados, que o focalizado desta semana estaria nos dias de hoje, não fossem inúmeros acasos que o fizeram chegar até Laguna. Casado com Joice, seu braço direito na sapataria da qual é proprietário, a coluna de hoje retrata um pouco mais da vida do sapateiro Marcio Zanelato. Foi consertando bicicletas, atividade aliás, a qual seus irmãos exercem até hoje, que o pedrasgrandense deu início a sua trajetória: “Foi a minha primeira profissão, mas confesso que pouco simpatizei com o trabalho”, explica o filho de dona Palmira (Antunes) e de “seo” José Zanelato. Atendendo em torno de 30 pessoas por dia, o profissional antes de prestar serviços na terra de Anita, chegou a passar pela cidade vizinha, Tubarão: “Foi a cerca de 15 anos atrás, tempos antes de tentar me mudar para a Itália. Vendi todo o material que tinha para pagar minha passagem, mas infelizmente minha mudança de país não deu certo. Tive que recomeçar do zero”. E se com crise se cresce, com o incentivo dos amigos, se cresce mais ainda. E Marcio decidiu abrir novamente a sapataria, mas desta vez em Laguna, lugar com o qual sempre simpatizou: “Não tenho palavras para dizer o quanto me identifico com esta terra. Fomos feitos um para o outro”, brinca. Quando questionado sobre o diferencial de seu trabalho, ele aponta a pontualidade na entrega: “Muitos sapateiros ficam com má fama por estabelecer uma data e quando o cliente chega acaba tendo a triste surpresa de não ter seu serviço pronto. Prezo muito pela agilidade e pela organização”. Atendendo também na pronta-entrega, o que facilita e dá agilidade a serviços rápidos, o pai de Maires, não nega trabalho, e procura especializar-se na área: “Conserto solas, faço pinturas, costuras, procuro sempre comprar máquinas novas, que possam dar o melhor acabamento e qualidade aos sapatos”. Quando questionado se pensa em tentar novamente a vida fora do país, Marcio mostra-se receoso: “Acredito que nos dias de hoje, apesar de todos os problemas, o Brasil está se transformando em um lugar melhor para se viver. Não passa pela minha cabeça encarar uma nova mudança”. Nas horas de folga, é na companhia da bicicleta e da esposa, que o sapateiro dá um tempo no serviço e desfruta do descanso merecido: “Amo desbravar as belas praias que a cidade possui. Para mim, não há passeio melhor para um fim de semana”, finaliza.
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