Na lista, clientes como o modelo Paulo Zulu, nas mãos, a habilidade para a construção de barcos que chegam a 22 metros e comportam 60 toneladas de pescados. Se o leitor já ficou surpreso com a apresentação, saiba que tudo isto tem como “protagonista” um lagunense que faz história na terra de Anita. Conheça nesta edição um pouco mais do abençoado dom recebido por Osvaldo da Silva. Conhecido popularmente por Rato, o filho do saudoso Osvaldo e de dona Onésia, iniciou na atividade há 30 anos: “Precisava começar a trabalhar para ajudar meu pai no sustento de casa. Foi então que apareceu a oportunidade de trabalhar no estaleiro, no Porto, para auxiliar na confecção dos barcos”. As primeiras noções foram obtidas com um companheiro de trabalho: “O Zeca foi o grande responsável por muito do que aprendi. Ele teve um papel fundamental no início de minha carreira”. Casado, pai de Maurício, Vinícius e Grace, o construtor naval jamais imaginou que poderia seguir na área, mas hoje garante que não se imagina exercendo outra profissão: “Meu emprego é tudo de bom. Poder ver o resultado de um barco concluído é gratificante demais.” Quando questionado sobre os desafios enfrentados, o focalizado pontua: “Acredito que inicialmente a busca pela perfeição, o que para mim é muito prazeroso. Outro fator importante é estar sempre atualizado. Vale lembrar também, que atualmente a madeira recebe todo um tratamento, o que de certa forma auxilia os profissionais”. No currículo de Osvaldo é possível também descobrir histórias das mais interessantes: “Meu patrão me informou que uma outra empresa da cidade havia solicitado meu auxílio para consertar um barco que estava com problemas em Rio Grande (RS). Acontece que lá, existem muitos profissionais capacitados para este tipo de trabalho. Foi grande a responsabilidade ao chegar e fazer o conserto de forma certa, afinal muitos estavam de olho para saber o que o tal lagunense tinha como diferencial. No final, graças a Deus deu tudo certo, e a volta aconteceu com o barco em condições”, relembra. E com o destaque recebido pela qualidade com a qual produz os barcos, que são adquiridos por moradores de Florianópolis, e podem ser visualizados a beira do mar do Campeche, Pântano do Sul e Barra da Lagoa, muitas são as propostas feitas por empresas de fora, porém recusadas imediatamente: “Já tive a chance de poder ganhar mais em outras cidades, mas abandonar Laguna é algo que não passa pela minha cabeça. Esse ritmo pacato, que muitos tanto criticam, é para mim, uma das coisas que esta terra tem de melhor”.
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