Transformar lâminas e madeiras em verdadeiras obras de arte. Esta é a missão do marceneiro, e na coluna desta edição, mais especialmente do lagunense Rogério Guedes, que contrariando os desejos profissionais da juventude, dedica-se há 25 anos a atividade que nunca esteve tão em alta, mas que gera dúvidas se o assunto é o futuro. Filho de “seo” Valdecir e de dona Maria de Lurdes, o profissional teve na antiga fábrica de móveis do hoje estofador “Edinho” sua primeira oportunidade de trabalho: “Era novo, mas ele me deu uma chance. Foi lá que recebi as primeiras noções do que levo e aplico até hoje em meu dia a dia”. Pai de Alexandra, Lucas e Anderson, casado com Margareth, nas horas de folga, e em quase todos os outros momentos disponíveis, é no mar, mais precisamente pescando, que Rogério gosta de estar: “Sou praticamente viciado na pesca. Chego do serviço, passo em casa, como alguma coisa e se o mar estiver para peixe, não tenho hora para voltar. É uma verdadeira terapia”, explica. Quando questionado sobre o que é preciso para ser destaque na área, pontua: “Antes de mais nada é necessário ter boas ferramentas e uma infraestrutura de qualidade. Não haverá marceneiro bom sem bons materiais”. Sobre o que há de melhor, responde sem titubear: “Acho interessante participar do processo do início ao fim. Ver o projeto em suas mãos, trabalhar a madeira, vê -la ganhar forma, transformá-la em móvel e finalmente participar da instalação não tem preço. Melhor que isso, só o sorriso de satisfação do cliente, que sem dúvida, é o maior reconhecimento de todo o trabalho”. Um dos pontos salientados durante a entrevista, foi a perpetuação da profissão, uma vez que as indústrias prezam cada vez mais pela fabricação em escala: “Grande parte dos trabalhadores hoje atuam em ramos segmentados. Sabem fazer gavetas. E apenas isto. Estamos carentes de pessoas que atuem em todo o processo e se não passarem isto para as futuras gerações, confesso que vejo chances de ser mais uma atividade em extinção”. Se o assunto é Laguna, ele se confessa um verdadeiro apaixonado: “Não há terra melhor para se viver. Cheguei a morar em Paulo Lopes, mas acabei voltando. Quisera ter oportunidade de emprego para nossos jovens, para que não precisassem sair deste lugar abençoado”. Para o futuro, o profissional não procura fazer muitos planos: “ Prefiro colocar nas mãos de Deus. Só peço pela felicidade da minha família, o resto, a gente se encarrega”.
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