Profissional em destaque – Saulo Tomé

Não se espante se a fisionomia de Saulo Tomé lhe parecer familiar. Provavelmente o leitor já deve tê-lo visto em um posto de gasolina de nossa cidade, em serviço, abastecendo carros. Há 16 anos na função de frentista, o filho de “seo” Agostinho e de dona Maria do Carmo é o focalizado desta edição do JL. Natural de Imaruí, dono de uma trajetória profissional que inclui em seu currículo experiências como esmaltador, em uma indústria de cerâmicas e metalúrgico, o profissional guarda boas lembranças do passado: “Já tive experiências em cidade de pequeno porte e em grandes centros como Porto Alegre. Na capital gaúcha, vi de perto as facilidades que uma cidade oferece, mas também a violência e o ritmo corrido que se é obrigado a viver. Ao colocar na balança estes motivos, o lado da segurança pesou e decidi que era a hora de regressar a terra natal”, relembra. Com o retorno, Saulo foi em busca de oportunidade de emprego, que logo acabou por achar: “Um conhecido comentou à respeito da vaga e me indicou. Apesar de não ter experiência no ramo, acho que minha vontade de aprender e minha disponibilidade chamou a atenção dos donos que logo me contrataram”. As práticas para um bom atendimento, ele foi aprendendo no dia a dia: “Desde que comecei a lidar com o público, vi o quanto é preciso ter jogo de cintura, respeito e educação com as pessoas. Por de trás do vidro do carro pode estar uma pessoa não tão bem-humorada e é aí que preciso apresentar o meu melhor. Procuro ser o mais solícito e eficiente possível”. Quando questionado sobre o que seu trabalho tem de mais prazeroso, pontua: “A chance de fazer novos amigos. Apesar de fazer as mesmas coisas todos os dias, cada novo atendimento ou caso que aparece no posto, é uma nova história, e olha que se fosse juntar as várias que já vivenciei daria um livro”, brinca. Casado com Suzana, com quem tem Pamela, de 12 anos, o focalizado garante que se pudesse voltar no tempo, teria dado mais valor aos estudos: “Acho que é essencial para quem quer ter um futuro garantido na vida, mas eu não tive esta chance. Procuro fazer diferente com a minha filha e quero dar a ela todo suporte, para que tenha um diploma e siga uma carreira de sucesso”. Dono de uma rotina que inicia às 6 da manhã e se encerra por volta das 14 horas, nas horas de folga Saulo não descansa, e vai em busca de outros afazeres: “Sempre tem um servicinho extra a ser feito. Procuro fazer meu dia render, já que tenho a tarde praticamente livre”. Por se tratar de um comércio que não abre exceção em datas comemorativas, o profissional garante que já está acostumado a passar algumas datas longe da família: “O meu trabalho é o sustento do lar. Encaro minha atividade com responsabilidade e isto está bem claro em minha casa. Antecipamos ou deixamos para comemorar um dia especial no momento em que é possível. Eles já estão acostumados”.