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Remada Mormaii: Lapo Coutinho é o campeão do 1º Desafio de Ondas Grandes em Laguna

O baiano Lapo Coutinho conquistou o título do 1º Desafio Mormaii de Ondas Grandes na Remada, realizado quarta-feira (2), em ondas de 10 pés com boa formação, na Praia do Cardoso, junto ao Cabo de Santa Marta, em nossa cidade. Na final do evento, Lapo superou o Alemão de Maresias que ficou em 2º, Caio Vaz (3º), Fábio Gouveia (4º), Raphael Becker (5º) e Lucas Chumbinho (6º). A competição teve início às 8h, com seis baterias de cinco competidores cada e 40 minutos de duração cada. Diferente das competições normais de surfe, no campeonato de ondas grandes são somadas as duas melhores notas e a nota maior ainda é dobrada para obtenção do somatório em cada bateria. A novidade na chave foi a presença de última hora do waterman carioca Caio Vaz, que substituiu ao paulista Jorce Pacelli. Nas primeiras baterias, os surfistas ainda tentavam encontrar o melhor equipamento para conseguir entrar nas bombas que apareciam com 2,5 metros nas intermediárias 3 metros na série com grandes intervalos. Fabinho e Lapo Coutinho optaram por pranchas maiores, 10’4 e 9’9, respectivamente. Burle chegou a cair com uma 9’6 e na semifinal preferiu uma 8’6. O experiente big rider de Saquarema Marcos Monteiro entrou com uma 9.0 e venceu sua bateria. Mas o destaque da primeira fase foi outro atleta de Saquarema, Lucas Chumbinho. Com apenas 20 anos, o surfista não tem nada de “Chumbinho”. Com mais de 1m90cm de altura, o moleque seguiu bem os conselhos de Monteiro, mostrou que realmente é atirado e arrancou a primeira e única nota 10 do evento, com um dos raros tubos do evento. Quem mais chegou perto até o início da final foi o carioca Caio Vaz, que achou outro tubo em uma esquerda e levou nota 9.50 para superar Fábio Gouveia e Raphael Becker e vencer a primeira semifinal. Na segunda semifinal, Chumbinho e Lapo mantiveram o ritmo e Alemão de Maresia ficou com a última vaga que era de Carlos Burle até os minutos finais.
Decisão em alto nível
A final com 45 minutos de duração foi a cereja do bolo do evento, que teve excelente presença de público em plena quarta-feira, com altas ondas e muita disposição dos atletas. O vento noroeste também parecia dar uma trégua e o cinegrafista aquático e ex-campeão mundial de bodyboard Paulo Barcellos – que gravou cenas para o programa Desejar Profundo – chegou a comentar após a decisão: “Estava lisinho lá no outside, altas ondas”. Como bom anfitrião, o lagunense Raphael Becker abriu a bateria com uma esquerda que abriu até o meio da praia e comemorou. Em seguida, o empolgado Lucas Chumbinho apareceu numa fechadeira, seguido de Caio Vaz, que teve a cordinha rompida e precisou de auxílio do resgate do jet ski para retornar até a praia e providenciar a troca do equipamento. Alemão de Maresias achou uma boa esquerda que emparedou e propiciou uma onda extensa para o big rider da cidade de Gabriel Medina. Após uns minutos de calmaria, as séries entraram novamente e os big riders já posicionados botaram para baixo. Lucas Chumbinho levou a pior ao partir ao meio sua Rusty 9.4 – que já foi de Jamie O’Brien. Com a gun 10’4 shapeada para pegar ondas em Waimea, Fábio Gouveia usou a mesma estratégia da semifinal e apostou numa direita gigante que abriu até o canal e arrancou 9.45 dos juízes. Mas as duas maiores ondas da bateria e do campeonato entraram em seguida. Caio Vaz foi na primeira, uma esquerda, e conseguiu manobrar até o inside garantindo uma nota 9.00. Lapo Coutinho literalmente despencou na segunda, sumindo no horizonte, e reaparecendo na sequência com a prancha sob controle, mas com um paredão imenso de espuma vindo atrás. A coragem e a destreza do drop do baiano foram valorizadas pelos juízes e Lapo ganhou 9.80 para assumir a liderança da bateria. No último seriado da bateria, as ondas entraram fechando. Com uma Kronig 9.0 emprestada por Marcos Monteiro, Chumbinho não conseguiu mais achar boas ondas e finalizou na sexta posição. Caio Vaz ainda conseguiu pegar uma esquerda, mas a onda fechou na segunda seção, no meio da praia. Para sacramentar o título, Lapo pegou outra esquerda abrindo no outside e garantiu o título.
Cardosão “animal”
Eliminado na semifinal, o campeão mundial de ondas grandes Carlos Burle comentou a finalíssima: “O evento foi legal e a final foi show, com ondas grandes e o pessoal botando para baixo. Todos os competidores tinham estratégias bem definidas. A melhor onda surfada na final foi a do Caio Vaz, que veio até o inside manobrando, mas o Lapo venceu o campeonato porque só dropou bombas e esse é um campeonato de ondas grandes”, explicou. Antes do início da final, os seis competidores falaram sobre o evento e a experiência na Praia do Cardoso, para alguns a primeira vez, como Lucas Chumbinho e Lapo Coutinho. “Essa onda parece muito com Itaúna (Saquarema), até quero ver se surfo ela um pouco menor, mas está animal e estou até um pouco cansado“, disse o atleta de 20 anos, que representa a nova geração nacional do surfe de ondas grandes. Já o baiano viu semelhanças entre a onda do Cardosão e uma cultuada onda do North Shore, no Havaí. “A onda se parece muito com Sunset Beach, uma das minhas preferidas, e ainda tem o bônus das esquerdas“, comparou. Antes da final, Lapo já adiantava a estratégia para buscar o título: “É esperar as ondas grandes da série e se jogar“. Mais experiente big rider dos finalistas, Alemão de Maresia foi elogiar a organização do evento e lembrou de Zeca Schaeffer, big rider de Torres (RS), responsável pela redescoberta da Laje da Jagua e falecido em acidente na BR-101. Se estivesse vivo, com certeza Zeca seria um dos competidores. “A primeira meta era chegar na final e foi cumprida, agora é brigar pelo título. Estamos junto Zeca Schaeffer“, disse. Ícone do surfe nacional, Fábio Gouveia, 46 anos, estava extasiado com o evento e era uma dos mais assediados pelo público. Atenciosamente, atendia a todos com seu tradicional bom humor. “Vocês não sabem a minha felicidade. Parabéns pela organização, porque aqui o cabra cobra escanteio, corre para cabecear e ainda bate pênalti, ou seja, organiza, monta palanque e depois ainda vai surfar. Com certeza muita coisa boa está por vir“, declarou. Apesar de radicado em Florianópolis há uma década, apenas há um ano Fabinho conheceu a região do Farol de Santa Marta a convite dos amigos do Associação de Surfe do Farol de Santa Marta. “Gosto de big surf, mas estar com essa galera toda tem sido um aprendizado e um privilégio“, completou Fia, que se prepara para ser avô. Representante catarinense na final, Raphael Becker mostrou sua intimidade com o pico que surfou muito na adolescência, quando residia em Laguna. “O Cardoso sempre foi uma referência quando o assunto era onda grande e desde que eu soube do evento quis fazer parte, por isso é com felicidade que estou aqui“, afirmou.

Resultados
Final
1º Lapo Coutinho (BA) 27.70
2º Alemão Maresias (SP) 25.10
3º Caio Vaz (RJ) 24.25
4º Fabio Gouveia (PB) 23.55
5º Raphael Becker (SC) 16.35
6º Lucas Chumbinho (RJ) 14.40
Semifinais
S1- 1º Caio Vaz 24.40 / 2º Fabio Gouveia 21.00 / 3º Raphael Becker 19.00 / 4º Marcos Monteiro 16.00 / 5º João Baiuka 9.00 / 6º Carlos Henrique 6.00.
S2- 1º Lucas Chumbinho 26.00 / 2º Lapo Coutinho 23.05 / 3º Alemão Maresias 21.00 / 4º Carlos Burle 16.75 / 5º Rafael Fidioi 16.50 / 6º Thiago Jacaré 10.00.
Round 1
B1- 1º João Baiuka 16.25 / 2º Raphael Becker 15.35 / 3º Jarvis Gaidzinski 14.60 / 4º Rodrigo Koxa 14.50 / 5º Marcos Moraes 10.10.
B2- 1º Marcos Monteiro 23.75 / 2º Caio Vaz 19.75 / 3º Guilherme Ferreira 18.00 / 4º Gabriel Galdino 7.50 / 5º Fabiano Tissot 5.50.
B3- 1º Fabio Gouveia 21.75 / 2º Carlos Henrique 18.30 / 3º Vitor Farias 9.60 / 4º Rafael Faisca 8.50 / 5º Luiz Remor 5.00.
B4- 1º Lucas Chumbinho 26.25 / 2º Lapo Coutinho 21.85 / 3º André Paulista 21.50 / 4º Paulo Moura 16.25 / 5º De da Barra 13.80.
B5- 1º Alemão Maresias 22.50 / 2º Rafael Fidioi 18.25 / 3º Jaques Chulam 16.75 / 4º Alessandro Leonardo 11.50 / 5º Tito Milioli 8.75.
B6- 1º Thiago Jacaré 18.00 / 2º Carlos Burle 16.00 / 3º Felipe Marreco 14.50 / 4º Luiz Casagrande 11.00 / 5º Marcelo Ulyssea 6.00.

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