Uma história de vida marcada por abdicação e muita determinação, sempre norteada pelos ensinamentos deixados pelo pai, o saudoso “seo” Braz. Assim podemos definir um pouco da trajetória de Rogério da Silva, lagunense, natural do Ribeirão, vindo de uma família de 12 irmãos, que aos 18 anos deixou a casa dos pais, no interior da cidade e partiu rumo a São Paulo: “Trabalhei desde cedo ajudando na roça e na pesca. Seguindo os passos de muitos dos meus conterrâneos, na juventude fui tentar a vida na cidade grande. Fiquei por dois anos na terra da garoa. Lá aprendi muito, cresci como pessoa e como profissional. Trabalhei em bares e restaurantes, mas a saudade da minha terra e da família falou mais alto e decidi regressar”.
Através do comentário de um amigo, sobre uma visita feita a cidade de Jaraguá do Sul, ele decidiu conferir de perto se a propaganda feita sobre a cidade era real: “Criei uma empatia imediata com Jaraguá. Logo consegui um ponto que estava à venda e comecei a tocar o bar”, recorda Rogério que com o passar do tempo viu os negócios tomarem uma grande dimensão: “Eu e meu sócio na época, compramos um segundo bar, mas em Joinville e fomos conciliando os dois espaços”.
Aquele mesmo sentimento de ligação com a terra de Anita que um dia o fez deixar São Paulo, invadiu novamente os pensamentos do focalizado, que em 2007, de volta à cidade, abriu as portas do Dek, lanchonete e bar no Mar Grosso. Por mais de 10 anos, em sociedade com o afilhado Thiago, dedicaram grande parte dos seus dias ao estabelecimento”.
Com o passar dos anos, em uma nova fase, Rogério buscava um outro segmento para empreender: “Encerrei minhas atividades no Dek e comecei a buscar inspiração para algo novo. Com uma casa no Centro Histórico, na companhia das minhas filhas, Letícia e Beatriz, surgiu a ideia de montarmos um café”.
Há cerca de um ano e três meses de portas abertas, o Café Matriz surgiu com uma nova opção na cidade: “Quis oferecer muito além dos tradicionais salgados. Montei uma variedade de lanches, com pães diferenciados, tortas, padaria, além do cardápio para almoço”.
Com uma rotina que começa por volta das 5h30, o empresário compartilha com os leitores um pouco de seu dia: “Acordo, vou para o café e começo a assar os pães, fritar os salgados e preparar o café. Abro as portas, começo a receber nossa equipe e sigo para o atendimento, que é a atividade que mais gosto. Sigo trabalhando durante todo o dia, até fecharmos, por volta das 21h”.
Sobre a demanda, ele garante que não tem do que se queixar: “Tenho clientes que vêm pro café da manhã, outros passam para almoçar e ainda tenho aqueles que são do fim do dia. Também me surpreendi com a demanda de turistas. É um número significativo”.
Nos raros momentos de folga, é no seu sítio, recordando as memórias de uma infância vivida em meio aos bichos e a natureza, que ele procura repor as energias: “Amo a tranquilidade daquele lugar. Quando vejo que preciso desacelerar é lá que busco a calmaria que preciso”.
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