Quero viver mais de cem anos, lúcida e bem. Digo isso desde muito nova, mas somente de uns anos para cá venho tomando atitudes que realmente condizem com esse desejo. Antes não havia qualquer coerência nas minhas palavras, pois as dizia em meio a fastfoods, refrigerantes ou dietas malucas para perder muito peso em pouco tempo. Eu me lembro que, lá pelos meus 15 anos, perdi uma boa quantidade de peso (que depois foi recuperado em dobro), e durante esse processo, toda segunda feira só tomava líquidos. Veja, não seria um problema se fossem alimentos líquidos nutritivos, mas boa parte do dia eu passava à base de coca zero! Eu não fazia a menor ideia do que ações como essa poderiam desencadear, e o efeito dominó me pegou com tudo.
Dificilmente paramos para pensar em como será nossa velhice. Vivemos como se fôssemos permanecer eternamente jovens, até que um belo dia algo acontece e você se depara com a realidade: Um dia você não terá mais esse vigor, essa disposição. Muito em breve você não irá mais ter esse metabolismo de hoje, e os efeitos de tudo o que você tem feito agora será sofrido em suas juntas, seus pulmões, seu fígado e seu coração. Mesmo com essa percepção, com essa consciência muitas vezes adquirida na vida adulta, a maioria ainda espera até que seja tarde demais. Olham para trás e desejam terem feito escolhas melhores, pequenos esforços que os deixariam mais confortáveis com a situação atual, mais confiantes para viver os anos que ainda virão.
Como serão seus últimos anos? Você tem planos para curtir a sua aposentadoria? Como fará isso se não tiver saúde para desfrutar de tudo o que vem batalhando para conquistar? Pretende ter uma família com filhos, netos, bisnetos? Como pretende brincar com eles? Como eles o enxergarão? Como uma figura de confiança, que inspira força e dá o exemplo? Ou como alguém frágil, que pode quebrar a qualquer momento? De zero a dez, o quanto você considera que poderia melhorar? Faça essa reflexão agora, tire suas próprias conclusões sobre como você tem lidado com a sua vida, com o seu corpo, com a sua saúde, e decida que ainda há tempo para mudar.
Comece com passos pequenos. Pequenas mudanças na sua rotina, como parar de comer pratos amarelos, por exemplo. Você vai começar a se sentir melhor imediatamente. Vá evoluindo e faça uma melhoria a cada etapa concluída. Mexa-se: faça qualquer coisa que coloque seu corpo em movimento, mesmo que no início seja devagar. Você pode sentir dor no início, mas essa é a dor do seu corpo acordando depois de muito tempo – aproveite-a. Pare de se envenenar: o prazer imediato que qualquer droga possa proporcionar não vale os anos que ela rouba de você, seja ela lícita ou não. Descubra o que funcionae o que faz você se sentir melhor, mais saudável, mais vivo. Procure ajuda se necessário, admita quando sentir dificuldades e vá atrás de apoio, pois isso poderá salvar a sua vida. O tempo já passa naturalmente, não precisamos acelerá-lo. Escolha viver e chegue ao fim com a certeza de que fez o seu melhor. Quem sabe ainda poderemos ver a virada do próximo século juntos, te espero lá!
Gabriela Besen Pedroso – www.gabrielapedroso.com.br