Com obras executadas pela empresa lagunense Magapavi, reconhecido espaço de lazer, entretenimento e convívio social, a sede da Sociedade Recreativa União Operária, mais conhecida como Clube União Operária, voltará a funcionar como lugar de encontro e cultura em Laguna. O edifício foi completamente restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia do Ministério do Turismo, em obra que reuniu investimentos de mais de R$ 728 mil.
Hoje, 31, a diretoria que representa o Clube receberá do Iphan as chaves para, aos poucos, remobiliar e reocupar o espaço, que passou quase um ano e meio fechado para a execução das obras. Foram realizados diversos serviços na restauração e requalificação completa do edifício, incluindo substituição dos sistemas elétrico e hidráulico, construção de novos sanitários, implantação de uma cobertura metálica no acesso ao prédio e recuperação do telhado. Vale destacar também a instalação de equipamento de prevenção à incêndio e toda a adequação do espaço segundo as normas de acessibilidade universal, garantindo mais segurança e conforto aos usuários.
Outro importante ganho da obra foi a construção de uma cozinha. Essa era uma antiga demanda dos associados, que viam aí uma oportunidade de ampliar o uso do Clube União Operária, atendendo a diversos tipos de eventos e atividades. São esses usos e ações produzidas no edifício que possibilitam sua manutenção, já que o Clube aluga sua estrutura para grupos culturais da cidade e sedia a realização de cursos, oficinas e aulas de capoeira, além de casamentos e festas de aniversário.
João Batista Cruz, presidente do Conselho Fiscal do União Operária, relembra o quanto a obra foi aguardada. Ele diz que, agora, será iniciada uma campanha para a aquisição de novas cadeiras e mesas – também para atender a todos que utilizam o local. “O Clube agora vai procurar naturalmente seus caminhos, os eventos relacionados ao samba e mais, com toda essa parcela para quem gosta da alegria. Vamos voltar com tudo, como se estivéssemos começando!”, celebra.
Ponto de encontro e lazer
Construído por volta de 1850, com fins residenciais, o edifício passou a ser a casa da Sociedade Recreativa União Operária ainda em 1910, destinada ao lazer e à educação da população negra de Laguna. Por causa disso, ficou conhecido como o clube dos negros, conforme relata João Batista. “Com o tempo, ele foi perdendo essa condição e a gente procurou receber todas as pessoas e eventos.” O prédio da esquina da Rua Santo Antônio com a Tenente Bessa passou então a sediar tradicionais festas e bailes, peças de teatro e outros espetáculos na cidade, tornando-se, assim, um tradicional ponto de convergência da cultura local.
Ex-presidentes
Entre os associados que já presidiram o clube, além do atual, Geraldo Viana, destaque para Ismael Souza, Bento Brum, Cesar Brum, Juvêncio Bento, Gelson Bonifácio, João Batista Cruz, José Carlos de Jesus, Almiro dos Reis, Gerenaldo da Rosa, Anderson Benta Pinto, Ariocilio Felix de Menezes e Antonio Paulo Bento, entre outros.
Outras obras
Assim como a sede da Sociedade Musical Carlos Gomes, cuja obra foi entregue no último mês de junho, a restauração do Clube União Operária é parte de um extenso trabalho do Iphan no Centro Histórico de Laguna, que já ultrapassa R$ 28,4 milhões em investimentos. Além delas e de outras quatro obras que estão atualmente em execução, nos últimos anos, a cidade recebeu a conclusão de outras importantes restaurações: da Casa Candemil, sede do Arquivo Público Municipal; da Casa de Anita Garibaldi; e do Mercado Público Municipal, sendo esta última realizada em parceria entre o Iphan, a Prefeitura Municipal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).