Uma das coisas que acho mais fascinante na História é o fato de conseguirmos facilmente encontrar padrões: sejam de ação, comportamentos ou de acontecimentos. Ao observar atentamente e encontrar esses padrões ao longo dos tempos, é possível fazer previsões e descobrir o provável rumo de um país ou de uma civilização. Isso é comprovado ao estudarmos os impérios e as crises econômicas, por exemplo. Obviamente não é diferente com as pessoas. A família em que crescemos, nossas origens, nossos traumas e hábitos construídos ao longo dos anos, tudo contribui para montar essa pessoa que vive o tempo presente, assim como, em muitos casos, determinará o que será dessa pessoa no futuro. Seja isso bom ou ruim. E é aí que está: reconhecer esses padrões, bem como saber a hora de repeti-los ou rompê-los, pode ser a chave para o seu sucesso. Não há como negar, somos feitos da nossa história. Está escrita em nosso DNA e não há o que fazer a respeito. O grande problema, e aí encontramos a pegadinha, é quando esse passado gera uma carga emocional e negativa tão pesada a ponto de nos paralisar. Nesse caso, o seu eu de ontem impede que você se torne o eu que você quer ser amanhã, determinando o seu futuro de uma forma tão concreta que você não consegue se enxergar escapando dele. Assim, você estaria fadado a ser quem você sempre foi, fazer o que sempre fez e repetir os mesmos erros que foi condicionado a cometer. Basicamente, você não só cai perto do pé, como faz questão de se plantar onde caiu. Certo, mas como fazer para que esse padrão não aconteça? Como fugir da armadilha de um destino predeterminado e construir um futuro diferente, com perspectivas e conquistas? Pois bem, em primeiro lugar, você deve entender que existe uma batalha ocorrendo na sua mente, como se houvessem duas (ou mais) versões suas, todas lutando para assumir o comando. Uma delas é o seu eu acomodado, que vive na zona de conforto e tem medo das mudanças. É a parte de você que procura manter tudo exatamente como está, e vai te dizer coisas como: “De que adianta pagar a academia se eu vou uma semana e depois nunca mais volto?”, ou “Melhor tentar uma coisa mais fácil”. Essa é a parte que limita você, e está sempre em guerra com uma outra parte, a que quer mudar e fazer tudo diferente, que se acha invencível e quer abraçar o mundo, inovar e acontecer. Essa versão não conhece limites e pode te meter em muitas enrascadas. Acontece que, independentemente de quem ganhar essa batalha, você perde. De um lado, você vive agarrado aos seus fantasmas e não consegue avançar. De outro, você se torna inconsequente e não tem controle. E agora? Bom, essa é a hora de você criar uma terceira pessoa: Aquela que honra e valoriza a sua história, mas não é aprisionado por ela, e ao mesmo tempo consegue olhar para o futuro com otimismo e entusiasmo, pronto para realizar as mudanças que forem necessárias para construí-lo de forma consciente. Essa terceira pessoa acredita que pode deixar velhos hábitos para trás e desconstruir padrões destrutivos. Essa é a parte de você que aprende com as derrotas temporárias e não comete os mesmos erros novamente, pois mantém em equilibrio as duas partes que antes brigavam por espaço. É aí que ocorre a transição entre quem você é agora e quem você quer ser. Quem você é te trouxe até aqui, não se esqueça disso. No entanto, é o que será feito a partir de agora que definirá o ponto de chegada. Portanto, se o caminho que essa pessoa estiver traçando não for o que você realmente quer, então está na hora de se levantar e fazer o que é preciso. Defina a si mesmo e o seu destino, à sua maneira – ou fique onde está: a escolha é sua.
Gabriela Besen Pedroso – www.immoderatus.com.br