Existem vários tipos de pessoa. Cada um com seu histórico, seu estilo, suas manias. Algumas comem desafios no café da manhã, outras preferem a calmaria de uma vida sem sobressaltos. Outros são extremamente sensíveis e não suportam pressão, enquanto muitos outros são agressivos e impositivos. Não há um padrão ou fórmula que se aplique a todas as pessoas, mas cada uma delas merece ser compreendida e respeitada com seu jeito de ser. Ocorre que, ao lidar com outro ser humano, muitas vezes esquecemos que essa pessoa é diferente de nós. Possui outros sonhos, viveu outras experiências, enfim, vê o mundo de outra forma. A questão é que nem sempre sabemos lidar com isso e tornamos o nosso relacionamento um jogo, no qual um precisa ganhar e o outro precisa perder. Pois bem, quem disse que relacionamentos são fáceis? Você dá tanto de si e espera algo em troca. Afinal, as relações sempre são recíprocas. O problema é que nem sempre essa troca ocorre do jeito que esperamos, e aí se inicia um ciclo de ressentimentos, mágoas e mal entendidos. Pouco a pouco, dia após dia, um sentimento que começou tão bonito e puro se torna maculado, e quando mal percebemos estamos presos em uma armadilha que, no fim das contas, foi criada por nós mesmos. E por que isso acontece? Porque, na hora de nos relacionarmos, esquecemos que o outro não é um espelho. Continuamos a pensar nas nossas necessidades e oferecemos aquilo que gostaríamos de receber em troca. E o outro? Faz exatamente a mesma coisa, e é aí que as coisas começam a complicar. Pense nas pessoas que você conhece. Provavelmente lembrará daqueles que fazem você acreditar que a vida a dois pode dar certo, bem como aqueles que, por outro lado, parecem viver em um drama de novela. Inclusive um desses casos pode ser o seu. Nos relacionamentos de sucesso e duradouros, pessoas diferentes se unem para somar, para agregar, de modo que uma absorve as principais qualidades da outra e ambos se tornam melhores. Um desenvolve o outro de modo positivo e ambos evoluem. O problema é que muitas vezes não é isso o que acontece. Via de regra, um tenta se impor ao outro, com o objetivo de vencer algum jogo ilusório. Não há aprendizado ou crescimento, apenas uma vida de trocas injustas. O que ninguém percebe é que, nesse caso, ambos perdem. Como fazer para ganhar, então? Bom, eu diria que você ganha ao querer que o outro ganhe também. E isso deve partir dos dois lados, afinal, vocês são parceiros! Companheirismo, respeito e amizade. Em um relacionamento com esses elementos não há derrota. Não há trapaças, rasteiras, golpes pelas costas. Não há palavras ditas com o único propósito de machucar. Você passa a conhecer o outro e começa a saber exatamente do que ele precisa. Você dá o seu melhor e recebe o melhor em troca. E assim ambos crescem, sempre em direção ao que há de mais completo e bonito em cada um. Você pode escolher como será o seu relacionamento: um jogo de tênis ou um jogo de frescobol. No tênis, um tenta fazer com que o outro deixe a bolinha cair, sempre com o objetivo de marcar o ponto e ganhar o jogo – você quer que o jogo acabe. No frescobol é diferente: o objetivo do jogo é manter a bolinha no ar, para que o jogo continue. Você acerta na bolinha de uma maneira a possibilitar que o outro acerte também, e assim ambos vão pegando o jeito e se tornando melhores. Às vezes a bolinha cai, faz parte, mas aí vocês a pegam de volta e recomeçam. Como você tem jogado com seu parceiro?
Gabriela Besen Pedroso – www.immoderatus.com.br