Se a vida de Sonia Zanini fosse resumida através de uma frase, certamente poderia ser a de Antoine De Saint Exupery, onde diz que: “A verdadeira solidariedade começa onde não se espera nada em troca”. E é assim, de forma sutil, por vezes silenciosa, que a criciumense faz o elo de ligação entre os mais carentes e os que podem e querem ajudar, comprovando que para alcançar resultados dentro do voluntariado é necessário apenas usar a força de vontade. Filha de Maria (Carlessi) e de Avelino Durval Régis de Souza, com o primário e o secundário concluídos no Colégio Michel, da capital do carvão, formou-se em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pós-graduada em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública, também do Rio Grande do Sul. Em 1979 casou-se com Jorge Tadeu Zanini, com quem teve três filhas: Gabriela, Letícia e Maria Luiza. Começou sua vida profissional no Laboratório Bioclínico Criciúma, Unidade Sanitária e na Drogaria e Farmácia Catarinense. Seu espírito voluntário ali já se fez presente, sendo uma das fundadoras da Escola Especial Diomício Freitas. Em 82, veio para Laguna com o esposo, o médico, dr. Jorge Zanini e as duas primeiras filhas ainda pequenas. Aqui desempenhou a função de bioquímica no laboratório da Unidade Sanitária do Centro e depois coordenou a Vigilância Epidemiológica na mesma unidade. Mais tarde foi farmacêutica da Farmácia Econômica. Passados três anos, durante uma visita a Irmã Agenora, responsável pelo Asilo Santa Isabel de nossa cidade, Sonia sentiu-se comovida pelo desabafo do qual foi ouvinte: “A Irmã estava muito triste e preocupada, pois não teria mais condições de pagar o médico que realizava as consultas dos internos. Na época, lembro que cheguei em casa e conversei com meu saudoso marido, e ele se prontificou a realizar as consultas gratuitamente”. A partir daquele gesto, era dado início a uma vida inteira dedicada ao próximo: “Me comovi com a situação e comecei a ajudar no Asilo e paralelamente também na Pastoral da Criança, cuja Irmã Agenora foi precursora em Laguna”. Ela orgulha-se pelo vínculo que desenvolveu com o hospital no decorrer dos anos: “Em parceria com mulheres de grande coração e disposição e funcionários do Hospital, criamos em 2005 a Associação Mamãe e Bebê, que visa ajudar a melhorar a área física da Maternidade Ludinira da Fonseca Carneiro, que completa 10 anos em agosto. Desde então, com as ações do grupo, conseguimos comprar novos equipamentos, roupas de cama, roupas para o centro obstétrico, além do oferecimento de novos serviços, como o teste da orelhinha, do olhinho, a sala de vacinação, entre tantos outros. Tudo isto com o intuito de dar um atendimento de qualidade às gestantes e bebês e com isto humanizar ainda mais nossa maternidade”. Quando questionada sobre um momento marcante durante toda esta trajetória de verdadeira doação, aponta um especial: “Quando reabrimos a maternidade e nasceram os primeiros bebês foi uma emoção muito grande. Poder ajudar o lagunense a nascer em sua terra natal foi e continua sendo maravilhoso”. E o povo lagunense também usa da solidariedade para causas idôneas. É o que ela afirma: “Quando nossa gente sente que o trabalho é de credibilidade todos ajudam. E aí posso falar de cadeira, seja pela Associação Mamãe Bebê, a Casa da Gente, da Irmã Maria, são ações as quais tivemos ajuda providencial de todos que batemos à porta”. Tamanha empatia com Laguna, ela garante ter surgido e se confirmado com o decorrer dos anos: “Esta cidade representa 30 anos de uma vida vivida nela. Uma parte da juventude, a família que aqui formei, as amizades verdadeiras que aqui encontrei, as coisas boas que vivi, que procurei fazer, as não tão boas que também aconteceram e as outras tantas boas que ainda estão por vir. Tudo isso foi graças a Laguna que me acolheu de braços tão abertos quanto Nossa Senhora da Glória. Sou grata por tudo”.
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