Licença para poetar

Velho cais

Se já passei dos cinqüenta
sim – não vejo qualquer possibilidade
de retorno ao velho cais

se desejo seguir
não há nada melhor do que levantar âncora
com rugas, sombras e pesadelos
se tenho medo
claro o medo me reserva para o futuro
como se pulverizasse formol em meu
tecido

se sou feliz
muitíssimo feliz
como meu barco e meu nariz

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