No meu trabalho escuto pessoas muito diferentes, que atuam em culturas diferentes e que fazem atividades distintas. As mais diversas profissões passam por mim, como executivos de empresas, médicos, engenheiros, gestores e empreendedores e sabe o que há em comum em todos eles? A sensação de que em alguns momentos, fazem muitas coisas ao longo do dia, mas se pegam refletindo sobre o quanto de fato foram produtivas. Se identifica?
Essa sensação vem ao encontro da cultura, principalmente corporativa, de que devemos ser multitasking, ou seja, fazer várias coisas ao mesmo tempo, responder e-mails enquanto atendemos alguém presencialmente, dirigir a falaer ao celular, cozinhar ao mesmo tempo em que se coloca as roupas para lavar, e principalmente, conversar com alguém ao seu lado enquanto mexe no WhatsApp ou olha seu Instagram….confesso que me vejo em muitas destas situações. E qual o problema disso? Eu vejo duas situações, a primeira é estado de presença no que se está fazendo e a segunda, é fazer muitas coisas e não aprofundar nenhuma.
Em uma sessão de mentoria, certa vez, uma executiva me disse: “quem abraça muito, aperta pouco”. É isso que fazem os que decidem fazer várias coisas ao mesmo tempo. Isso também vale para o conhecimento, a tecnologia trouxe à tona os conhecedores de todos os assuntos, especialistas em comportamento humano, inteligência emocional, economia e marketing digital que fizeram um curso de fim de semana e, pasmem, são especialistas em temas que exigem aprofundamento. A cultura da superficialidade que é sustentada pelas mídias sociais.
Que sejamos mais conscientes sobre nossas atitudes diárias, parar para fazer essas análises nos permite maior criticidade com relação às nossas escolhas, por vezes, reclamos dos que estamos colhendo, porém, sem mudar a forma de plantar, o fruto será sempre o mesmo, inevitavelmente. Quanto mais atentos estamos, mais estado de presença temos e a tendência de aprofundamento será maior. É no automatismo que você continua dizendo sim para mil projetos e papéis ao mesmo tempo. Vale a reflexão para você e para mim, o que estamos fazendo diariamente, abraçando muito e apertando pouco? Pense nisso!
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