Vivemos em um momento de ruptura de tudo, padrões, cultura, experiências e comportamentos. Aquilo que nos atendeu ontem, hoje não faz sentido em muitos cenários. As adaptações não se tornaram convites, mas imposições.
Diante de tantas mudanças, o que, de fato, mudou em você ou para você? E entenda que essa resposta não precisa ser agradável socialmente, pode ser algo na sua visão negativa. Como por exemplo, a mudança o deixou mais anisoso, fóbico, melancólico ou talvez ágil, aguçado, desafiado e inúmeras outras possibilidades. E quando me refiro a não pensar em respostas sociáveis é porque temos a crença de que uma desgraça nos muda. Sim, vivemos em um momento de desgraça, para alguns a perda foi de trabalho, emprego, status, conforto – tudo possível de recuperar. Muitos perderam a esperança, a fé, amores, pessoas, amigos – desgraça. Entenda desgraça no dicionário como infelicidade para os cristãos, sem a graça de Deus.
Diante de toda essa mudança pautada em perdas, reflexões e alteração de vida, o que realmente mudou em você?
Não tenho dúvidas que você já passou por mudanças ao longo da vida, de casa, parceiro, trabalho, amigos, algumas passaram despercebidas outras causam lembranças até hoje. A pergunta é como se muda?
Mudar significa fazer alteração de rota, vida, de pensamento. Mudar pode ser complexo ou simples, pode doer ou dar prazer, tudo depende. O primeiro ponto imprescindível à mudança é o seu agente, eu e você.
Muitos olham para a mudança na sua fase final, o comportamento diferente. Mudar é mais do que a ação, é antes de tudo, pensar e sentir diferente. Por isso, muitos vão à academia mas não emagrecem, se tornam profissionais, mas não tem bons resultados, exatamente porque só mudar a ação, não resolve.
A mudança consiste em um processo de fases, e a ação é apenas uma delas. Podemos iniciar o processo de mudança sem nunca passar à ação.
Por isso, a mudança externa não muda efetivamente ninguém, o Covid não muda ninguém, a morte não muda ninguém, ter filhos não muda ninguém. Agora estar consciente das situações, fazendo o que precisa mudar, se faz sentido para você, que emoção lhe impacta, perdas e ganhos, isso sim, pode ser o incio de resultados sustentáveis.
E agora, depois da reflexão, o que você mudou com as mudanças? E não esqueça, o único agente de mudança que você controla é você. Pense nisso!
Por Letícia Zanini – Psicóloga Mestra em Desenvolvimento Socioeconômico Educadora Executiva