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Zeli Teixeira Matos

Esta semana, certamente Santo Antônio começou a sentir falta de uma de suas devotas mais fervorosas. Dona Zeli, que por mais de 30 anos dedicou-se ao comando da sacristia de nossa Igreja Matriz, despediu-se do trabalho na última terça-feira, o último dia de expediente, para gozar de merecida aposentadoria. Com lágrimas nos olhos, confessou a equipe do JL que não será tão fácil assim desvincular-se daquele que foi seu segundo lar durante tanto tempo, mas com a certeza de que saberá viver cada minuto que terá de folga a partir de agora. Natural de Tubarão, a focalizada chegou a cidade para gerenciar uma ótica: “Vim de mudança com o marido e os filhos, a convite do saudoso Willy Zumblick, que estava inaugurando uma filial de sua loja em Laguna. Prontamente aceitei o desafio que executei por nove anos”. Passado este tempo, espontaneamente, foi levar o neto para matricular-se na catequese e desde então não mais saiu da Igreja: “Fui uma catequista ao acaso. Não procurei a oportunidade, ela surgiu diante de mim e decidí acatá-la, pois não haveria motivo para não seguir adiante. Dali para frente, a demanda de trabalho foi aumentando sutilmente”. Durante todo esta trajetória, dona Zeli foi responsável pela estrutura que compete a Matriz:”As batinas, toalhas, a limpeza, a liturgia das missas, tudo passava por mim. Nunca tive fins de semana, e sempre deixava uma visita ou outra perdida em minha casa, pois minha atividade esteve sempre em primeiro lugar”. Tamanha dedicação pode ser sentida no número de amizades feitas no decorrer dos anos: “Vivi momentos marcantes nesta igreja. Ouso dizer que sei até o lugar que muitos fiéis costumam se sentar. Foi quase que uma vida toda dedicada a religiosidade”. Casada com Afonso, mãe saudosa de Beatriz e de Marcio, Sandro e Angelo Luiz, avó de 11 netos e dez bisnetos, é a família que a partir de agora ela buscará dedicar seu tempo: “Vivi tempos muitos dificeis no ano de 2014, com a perda de minha filha e de um sobrinho. Agora, preciso descansar, recarregar as baterias e aproveitar para viajar, visitar meus filhos que moram distante, enfim, levar uma vida de aposentada”, brinca. Quando questionada sobre a graça que pediria a Santo Antônio, não pensa duas vezes: “Força. Para encarar de frente tudo que me aconteceu e saúde para olhar pelos meus netos e poder ajudá-los a realizar seus sonhos”.

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