Faleceu aqui, no último sábado, 19, Efstathios Georgios Anastasiadis, 93 anos, de naturalidade grega, aliás tendo nascido em 14 de março de 1926, em Ditykó, de onde veio para Itapetininga (SP), então com 37 anos. Casado com dona Soumella, com quem teve os filhos Theodoros, Archonti, Nicolaos, Jorge e Marina Moros, 9 netos e 2 bisnetos, veio para Laguna em 1973, abrindo no centro histórico o Kings Lanches, inclusive vendendo revistas e jornais como o Jornal de Laguna e que funcionou durante muito tempo, onde hoje está a Laguna Telecom, de seu filho Jorge.
Participante ativo da Corrida de São Silvelho e um dos entusiastas “pelas coisas” da terra de Anita, em projeto do então vereador, Antônio César Laureano, foi homenageado com o título de cidadão honorário de Laguna.
Um pouco
da sua história
Dono de uma trajetória marcada pela ousadia, ao decidir apostar no novo, “seo” Efstathios Georgios Anastasiadis deixou sua terra natal, na companhia da esposa e três filhos, e embarcou rumo ao nosso país. O interesse pela nossa Pátria surgiu ainda na época da escola. Ao manifestar aos pais sua empatia pelo Brasil, foi questionado sobre o que lhe faltava na Grécia. Mas não era essa a questão. Era o desejo, a concretização de algo muito mais forte. Para chegada até São Paulo, mais precisamente a Itapetininga, foi preciso inicialmente se deslocar até a Itália, e de lá, à bordo de um navio, em uma viagem de oito dias, aportar finalmente em Santos. Antes da chegada definitiva à terra de Anita, passou alguns anos em São Paulo. As boas recomendações à respeito de Laguna, “seo” Efstathios recebeu por intermédio do cunhado Georgios, também de saudosa memória, que já estava instalado aqui e falou das necessidades do lugar. E foi assim, que em em 1973 chegou à terra de Anita, que transformou em seu lar.
Apesar do desejo inicial de montar um mercado no centro, viu a oportunidade de abrir uma lanchonete. E foi assim, em uma época de Carnaval, que teve início a lanchonete Kings. Entre as inovações que apresentou à cidade, destaque para os aparelhos de sucos e lanches, doces árabes, gregos e isqueiros vindos diretamente da Grécia, que foram verdadeira sensação.
Com o diferencial do atendimento durante toda a madrugada, “seo” Efstathios conheçou interessantes personagens da noite lagunense. Homens que voltavam das boates, pediam bons vinhos e por vezes o faziam vender fiado, mas orgulhava-se de nunca ter levado “calote”.
Com o encerramento das atividades em 2010, o esposo de dona Soumella vivenciou um triste momento no mês em que fechou a lanchonete, sendo vítima de um assalto por volta das seis da manhã.
Mas a vida de “seo” Efstathios também foi feita de flores. De todos os tipos, até mesmo algumas vindas diretamente da Grécia, que foram plantadas e cuidadas com todo carinho no espaço que ele mesmo cultivou em frente ao cais. A idéia surgiu em 1993, na gestão do saudoso prefeito Jorge Zanini. Foi incentivado a cuidar do espaço que até então estava abandonado. Nutriu verdadeira paixão por aquele cantinho até seus últimos dias de vida e por muitas vezes chegou a ir no espaço mais de uma vez ao dia.
E o reconhecimento para tanta dedicação, veio através dos inúmeros elogios e registros feitos em frente ao canteiro, o qual gostava de dizer que o retorno recebido era só felicidade.
Em entrevista dada ao JL, em um aniversário de Laguna, o grego de alma lagunense sugeriu algo que deve ser levado adiante: “Plantar ainda mais flores nas praças de nossa cidade”.
Missa de 7º dia
Seus familiares estão convidando a todos para a Missa de 7º dia, a ser celebrada amanhã, 26, as 19h na Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos.
