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Cidade ganha Acesso Norte

Em solenidade marcada para amanhã, 27, às 11h, acontecerá, ainda que simbólico, em função da pandemia, o ato de inauguração do acesso norte, ligando a cidade à BR-101, via bairro de Barbacena, agora totalmente pavimentada, com um percurso de 5,3 kms, ao custo de R$ 6.132.030,89, fruto de empréstimo conquistado, pelo prefeito Mauro Candemil, junto ao BRDE-Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, iniciando na avenida João Marronzinho, passando pela antiga rua da Grande, agora rua Arno João Jerônimo, em homenagem a um dos moradores mais ilustres do bairro Portinho, do encruzo até os trilhos, levando o nome do saudoso desembargador Norberto Ulysséa Ungaretti e dali até a BR-101, alameda Francisco Martins da Fonseca, logo três grandes personalidades lagunenses que de alguma forma contribuíram e elevaram o nome da terra que os viu nascer e cujas breves histórias, o JL apresenta.

Norberto Ulysséa Ungaretti

O ex-desembargador Norberto Ulysséa Ungaretti nasceu a 15 de maio de 1936, em Laguna, filho de Gil Ungaretti e Otília Ulisséa Ungaretti. Fez o primário no Grupo Escolar Jerônimo Coelho, o secundário no Ginásio Lagunense e na Escola Técnica de Comércio Lagunense, formando-se em Direito pela antiga Faculdade de Direito de Santa Catarina, hoje UFSC. Foi secretário particular do governador Jorge Lacerda (1956 – 1958), sub-chefe da Casa Civil do governo Heriberto Hülse (1959-1961), consultor jurídico e procurador fiscal do Estado, Secretário de Estado do Interior e Justiça no governo de Ivo Silveira, professor de Direito Civil no Centro de Ciências Jurídicas da UFSC, professor e diretor da Escola Superior da Magistratura de Santa Catarina, desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, membro do Conselho Estadual de Cultura, presidente da comissão que elaborou o ante-projeto da Constituição do Estado de Santa Catarina, em 1967 e da Lei Orgânica dos Municípios em Santa Catarina. Concorreu pela UDN, a uma vaga na Câmara Municipal de Florianópolis na 5ª Legislatura (1963-1967), sendo eleito com 742 votos. Foi o vereador mais votado na área central da Capital. Em 1965, com a renúncia de Dakir Polidoro à presidência, foi eleito por unanimidade para exercer a função, e reeleito em 1966. Foi a primeira vez na história da Câmara que todos os partidos uniram-se para eleger um presidente. Em outubro de 1966, renuncia à presidência por ter sido nomeado Secretário do Interior e Justiça. Foi sócio fundador e presidente do conselho deliberativo da Associação Catarinense para Integração do Cego, sócio – fundador e vice- presidente do LIC, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e titular da Academia Catarinense de Letras. Membro de bancas examinadoras de concursos para docentes na UFSC e para juízes do TRJ e TRT de Santa Catarina. Foi autor de trabalhos sobre Direito e História de Santa Catarina, entre outros. Faleceu em 09 de janeiro de 2014, aos 77 anos.

Arnô João Jerônimo

Filho de Zulmira (Ribeiro) e de João Henrique Jerônimo, o nosso focalizado nasceu aqui em 2 de agosto de 1910, ali em Barbacena, onde residiu até os 11 anos e dali mudou-se para Criciúma, retornando anos depois para a sua amada Laguna, passando a residir no bairro Portinho, aliás sendo um de seus fundadores e claro, um de seus maiores defensores. De ativa participação na Segunda Grande Guerra Mundial, quando transportava mantimentos, através da ferrovia, até a divisa do País, nunca foi reconhecido como ex-combatente, pendência que seus familiares esperam resolver um dia. Mas no Portinho ele fundou e presidiu o Avai, clube de futebol do bairro e como acontece no futebol amador, era técnico, massagista, roupeiro, enfim, um desportista. Pelo seu dinamismo e sempre querendo colaborar com tudo e com todos, presidiu e até teve outros cargos na Sociedade Recreativa União Operária, Sindicato e Federação dos Portuários. Aqui, como articulador político, mesmo não tendo conseguido se eleger, foi suplente de vereador e continuou participando de diversas campanhas eleitorais de Francisco de Assis Soares, Nelson Abraham Netto, Mário José Remor e até de seu compadre Epitácio Bittencourt, também de saudosa memória. Ele também atuou em campanhas do ex-deputado Pedro Bittencourt Neto. Mesmo em meio a vitórias e derrotas, jamais deixou de acreditar em seus propósitos e de sonhar. Amava e se orgulhava da gente lagunense. Entre 1999 e 2000, o vereador Renato Borges de Oliveira, foi autor do projeto de lei que deu seu nome à antiga rua da granja, no Portinho. O patriarca da família Jerônimo era casado com dona Altair (Justino), com quem teve nove filhos e faleceu, vítima de infarto, em 4 de outubro de 1993, claro, deixando muita saudade. Aqui fica um pequeno registro da trajetória de vida deste lagunense que, a sua maneira, muito contribuiu com a sua, nossa cidade.

Francisco Martins da Fonseca

Francisco Martins da Fonseca, conhecido popularmente como Chico Fonseca, nasceu em Laguna em 11 de dezembro de 1888 e faleceu em 22 de agosto de 1965, aos 76 anos de idade.

Era filho de Luiz Carlos da França Fonseca, nascido em São Luiz do Maranhão e de Frankelina Martins, de tradicional família lagunense. Seu pai era médico formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, a primeira faculdade de medicina do Brasil, vindo para Laguna exercitar sua profissão em 1922.

Em 04 de novembro de 1997, a Câmara de Vereadores de Laguna aprovou a Lei 520/97, sancionada pelo Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal, dando a denominação de Alameda Francisco Martins da Fonseca à estrada geral da Barbacena, que se inicia no bairro Portinho, no Horto Florestal, em direção à BR-101, sentido norte, onde se encontra a faixa da rodovia federal nas proximidades do Morro do Padre.

Chico Fonseca foi uma pessoa intimamente ligada ao desenvolvimento econômico de Laguna por sua atuação no comércio e principalmente no ramo da exportação, utilizando as potencialidades que possuía o porto de Laguna. Para tanto, em parceria com o seu DECA, um lagunense habilitado na construção naval, instalou nas imediações do porto um estaleiro. De lá saíram dois navios que levaram o nome de seus pais: LUIZ e FRANKELINA.

Na justificativa da Lei 520/97, o proponente assevera: “Homem conceituado na política lagunense, foi vereador e Presidente da Câmara Municipal de Laguna entre os anos de 1935 e 1937”.

Construiu alguns imóveis em Laguna, sobressaindo-se sua residência na Rua Santo Antônio, nº 10, hoje ocupada pelo SESC.

Homem íntegro que deixou como herança para seus filhos e netos a honra adquirida ao longo de sua vida.

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