Aquicultura e Pesca

Criação de peixes em áreas degradadas pela extração de areia

A extração de areia é uma atividade comum no Estado de Santa Catarina, como também em outras regiões do País. A prática gera um passivo ambiental significativo: as cavas, ou lagos, que são formados após a areia ser retirada do local, quando geralmente ocorre o afloramento do lençol freático, ou seja, a água subterrânea preenche o espaço anteriormente ocupado pela areia, formando um lago.

Este passivo ambiental existente, embora seja de responsabilidade das empresas mineradoras, ocasiona conflitos com gestores ambientais, gerando pressões da sociedade no sentido de recuperar e estabelecer a compatibilização da atividade de extração mineral com o meio ambiente.

Alguns especialistas sugerem, por exemplo, o aterro simples destas áreas para atividade agrícola, criação de áreas de lazer para a comunidade (áreas verdes, parques esportivos, lagos, etc.), utilização das cavas para depósitos de rejeitos sólidos e a criação de peixes e rãs.

Opa, criação de peixes? Sim, criação de peixes, e em tanques-rede!!

Com o impacto ambiental já estabelecido, e considerando que estas cavas podem ser profundas e apresentam fundo irregular, dificultando o trabalho com redes de arrasto para captura dos peixes na despesca, por exemplo, a solução é cultivar os animais confinados em pequenas gaiolas, também chamadas de jaulas ou tanques-rede.

Neste sentido, em 2012 foi criada em Morro da Fumaça a COOPERI – Cooperativa de Criadores de Peixes, Recuperação Ambiental e Pesca Turística, uma vez que 18% do território municipal é formado pelas cavas oriundas da extração de areia e argila. Um mar de água doce propício para a produção de peixes!

Professores do Departamento de Engenharia de Pesca da UDESC/Laguna visitaram recentemente o local e, a partir de junho, iniciarão um projeto de extensão com objetivo de contribuir com assistência técnica e extensão aquícola para os atuais 22 piscicultores cooperados. Os cooperados já produzem peixes há dois anos, e a ideia é ampliar esta produção a partir de outubro de 2017, início da próxima safra, com o auxílio da UDESC e também da UNISUL, universidade que é parceira desta cooperativa desde a concepção do projeto até os dias atuais.

Por Giovanni Lemos de Mello

A&P 02.06.17 (2) A&P 02.06.17 (1)

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