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Ele cantava as belezas de Laguna – Orlando Ribeiro, O sempre saudoso ”Cantador”

Falecido em 9 de junho de 2008, então com 72 anos, Orlando Francisco de Bem (o nome verdadeiro) e Orlando de Bem, o nome artístico, continua sendo lembrado por todos, fosse atuando no Coral Santo Antônio, no Grupo Folclórico Boi de Mamão, no programa que apresentava nas manhãs de domingo pela Difusora ou nas Folias de Reis., sempre enaltecendo o amor que tinha pela sua, nossa cidade.
Talento, improviso, experiência de vida e muita história para contar. Este foi Orlando Francisco de Bem, conhecido popularmente como Orlando Ribeiro, ou ainda “Padre”, lagunense do Ribeirão Grande. O músico e compositor, figura sempre presente na cidade, passava grande parte de seus dias cantando músicas populares no centro histórico na tentativa de arrecadar algumas doações, dinheiro com o qual comprava os remédios para cuidar da trombose e diabetes, que o acompanharam por alguns anos. Aos 18 anos Orlando foi servir o Exército, em Florianópolis. Em seguida, mudou-se para Porto Alegre, onde permaneceu durante dez anos, voltando para sua querida terra natal, de onde não mais saiu. A sua experiência musical foi vasta. Fez parte do conjunto Esperança, da região. Cantou durante sete anos no Coral Santo Antônio dos Anjos, de onde adquiriu o apelido de “Padre”. Perdeu a conta de quanto tempo trabalhou junto ao Grupo Folclórico Boi de Mamão, da Ponta das Pedras. No carnaval de 2004 fez duas músicas. Ele também fez parte do Coral de Nossa Senhora dos Navegantes, além de reger grupo em Ribeirão Grande, lugar onde absorveu e desenvolveu todos seus arraigados conhecimentos folclóricos e populares. “Na região era muito comum acompanharmos o Terno de Reis, Boi de Mamão e Pau de Fita. Nossos costumes são tipicamente açorianos. Época de carnaval é onde mais contribuímos para a disseminação de nossa cultura e nossos hábitos”, contava. O cantor revelava um gosto musical extremamente eclético. “Adoro as músicas da Velha Guarda, o samba está sempre em primeiro lugar. Mas confesso que, por ter participado de corais por tanto tempo, prefiro a música sacra à profana”, repetiu algumas vezes o artista. Orlando gravou um CD no Stúdio Luz, que lhe rendeu alguns trocados, vendendo-o pelas ruas da cidade. O compositor Orlando Ribeiro abordava todos os assuntos, atirando para todos os lados. Letras que falavam de folclore, de amor, de sociedade, tradições, Laguna e até de política. Um exemplo foi a composição “Lulinha Paz e Amor”, uma homenagem ao presidente. A música elogia o presidente operário, que depois de anos de luta, pela segunda vez conquistou o cargo mais importante do país, e também dá um voto de confiança na realização de todos os projetos idealizados por Lula. A composição foi enviada ao presidente, cuja assessoria remeteu uma carta de agradecimento à homenagem. A música elogiava o presidente operário, que depois de muitos anos de luta, pela segunda vez conquistava o cargo mais importante do país. Sobre sua vida íntima, Orlando sempre mostrava reserva. Foi casado, mas a relação não deu certo, costumava dizer.

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