Gabriela Pedroso

Em terra de distraídos, quem tem foco é rei

O mundo está cheio de distrações sedutoras. Sempre há algo mais interessante para fazer do que aquilo que deve ser feito. O celular apita, você recebe um novo e-mail ou mensagem no whatsapp, o facebook fica irresistível mesmo que não haja nada de realmente importante acontecendo por lá. Aquele filme que você já assistiu mais do que pode contar tem uma cena de que você não recordava. O café precisa ser passado e com ele algumas fofocas precisam ser contadas. Tudo chama a sua atenção. Tudo merece a sua atenção. Menos aquilo que que deveria, de fato, recebê-la. Numa época em que se parece sofrer de um transtorno de déficit de atenção coletivo, aquele que consegue driblar esse problema logo se destaca. Adaptando um pouco o ditado original: em terra de distraídos, quem tem foco é rei. Seja na hora de aprender algo novo, atingir uma meta específica ou realizar algo a que você se propôs, o foco é essencial. Você já esteve tão concentrado em alguma coisa que, quando percebeu, já haviam passado várias horas? Isso é conhecido como estado de atenção focado, ou flow. Ocorre quando você atinge seu grau de atenção máximo e a sua realidade parece se distorcer, sem gerar espaço para distrações. Basicamente, entrar no estado de flow é um passo vital na busca pelos seus objetivos. Certo, mas como obter esse nível de concentração? Existem dois requisitos primordiais para que você consiga entrar nesse estado, mas não necessariamente você precisa combiná-los, pois qualquer um deles, em seus momentos oportunos, pode ativar o seu foco. O primeiro deles é muito óbvio: amar o que faz. Quando você realiza uma atividade que ama e te dá prazer, as horas passam depressa e você consegue desempenhá-la num nível de concentração e excelência muito superiores ao normal. Isso acontece porque naquele momento você está totalmente presente, já que não existe nenhuma outra coisa no mundo, naquele momento, que você gostaria de fazer. O segundo requisito, que pode vir separado do primeiro, é o grau de importância que você atribui àquilo que deve fazer. Basicamente, nosso cérebro possui uma atenção extremamente seletiva, e certas tarefas somente receberão a atenção devida quando se tratar de um caso de vida ou morte. Por outro lado, se as duas condições estão juntas, ou seja, se você tem algo muito importante a fazer relativo a algo que você ama, nesse caso o Flow vem quase que naturalmente e na maior parte do tempo. Pessoas que trabalham em atividades que realmente amam costumam experimentar o estado de zona ou Flow quase que de forma contínua. Foco. Atenção. Concentração. O desenvolvimento dessas habilidades poderá salvar sua carreira, seus estudos, seus relacionamentos. Comece eliminando distrações: silencie o celular, feche a janela do e-mail ou do facebook e pare de olhar no relógio a cada três minutos – os ponteiros não andam mais rápido se você ficar olhando. Esteja presente naquele momento. Faça o que deve ser feito e defina suas prioridades. Se estiver no trabalho, trabalhe. Se estiver brincando com seus filhos, brinque com seus filhos. Se tiver que planejar, planeje. Dê a sua total atenção ao momento presente e veja a mágica da produtividade acontecer. Nosso foco se perde porque passamos boa parte do tempo vivendo tudo, menos o agora. No trabalho você gostaria de estar em casa, mas quando chega fica preocupado com tudo o que deixou de fazer. O dia seguinte é igual, e à noite você não dorme porque sua vida está passando e você não fez nada. Determine o que deve fazer e faça, no exato momento em que aquilo precisa ser feito. O que vem depois terá a sua hora. Mas não agora.

Grabriela Besen Pedroso – www.immoderatus.com.br

Deixe seu comentário