Especial Geral

Laguna: Um pouco da sua história

Justo na última coluna do verão, que termina hoje, 20, apresentamos um pouco da história de Laguna que começa na pré-história com os índios carijós pertencentes à raça Tupi-guarani. E como prova de sua existência deixaram aqui os Sambaquis (Sítios Arque-ológicos Milenares) ou Cemitérios Indígenas, que eram formados por montões de conchas, restos de cozinha e de esqueletos dos próprios índios que aqui habitavam. São 22 Sambaquis localizados em Laguna. A história continua com o Tratado de Tordesilhas. Há 525 anos atrás, em 7 de junho de 1494, as duas maiores potências mundiais da época, Portugal e Espanha, foram incluídas na primeira grande decisão colonial do mundo. Fariam parte do Tratado de Tordesilhas.
O documento entrou para a história e evitou a guerra entre Portugal e Espanha. Foi traçada uma linha imaginária de 1,5 milhão de qui-lômetros de extensão, que no Brasil cortava a Ilha de Marajó (PA) ao norte e Laguna ao sul; as terras encontradas ou a descobrir, a leste do meridiano seriam portuguesas e os territórios a oeste per-tenceriam aos espanhóis. Uma das hipóteses levantadas em Laguna, é que a linha definida por Tordesilhas passaria perto da Praia do Gi, na chamada Pedra do Frade. Daí espanhóis logo que chegaram ao sul do Brasil para demarcar o Tratado de Tordesilhas.
Fundada em 1676, Laguna serviu como posto avançado da coroa portuguesa, utilizada como ponto estratégico de apoio para o desbravamento da região sul, como local de resistência nos conflitos existentes entre Portugal e Espanha, pela posse do território não explorado. Seu fundador, Domingos de Brito Peixoto, lançou as ba-ses de um povoamento que seria no futuro, cenário de importantes acontecimentos da história brasileira. Tendo alcançado projeção na Guerra dos Farrapos, onde abraçou o ideal republicano, foi em Laguna que se instituiu pela segunda vez, em território brasileiro, uma república, chamada de República Catarinense ou Juliana. Embora de curta duração, pois logo as forças imperiais retomaram o território, a República Juliana permanece no decorrer dos anos, como exemplo da cultura, do ideal e a coragem do povo lagunense, na defesa dos seu ideais de justiça e igualdade. Mas Laguna também participou da guerra do Paraguai, destacando-se mais uma vez a coragem e a bravura de seus filhos. Hoje suas ruas estreitas, seu casario, bem como sua história, estão protegidos, tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional. Laguna conservará para sempre um passado altaneiro que sempre abrirá suas portas para um futuro brilhante.
Ana Maria de Jesus Ribeiro, a “Anita”, nasceu em 1821 em Laguna na então província de Santa Catarina. Seus pais, Bento Ribeiro da Silva e Maria Antônia de Jesus eram pobres, porém honrados, Anita herdou a energia e a coragem, revelando-se desde criança um ca-ráter independente e resoluto. Aos 18 anos conheceu José Garibaldi, que viera com as tropas farropilhas de Davi Canabarro e Joaquim Teixeira Nunes, tomar Laguna em julho de 1839, fundando a “República Juliana dos Cem dias”. Garibaldi chegara à Laguna com fama de herói pelo feito épico que acabara de realizar ao transportar, por terra, as duas embarcações “Seival” e “Farropilha”, de Capivari à Tramandaí e posteriormente salvando do naufrágio a primeira, ao sul do Cabo de Santa Marta.
Em 1984, Laguna passou a figurar como a primeira cidade de Santa. Catarina a ser tombada como Patrimônio Histórico Nacional, sendo responsável pelo mesmo, o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Estão tombados monumentos históricos e aproximadamente 600 edificações.

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